EUA recusam entrada de jornalista colombiano

A coberto da lei antiterrorista norte-americana as autoridades dos EUA recusaram a emissão de um visto de entrada ao jornalista colombiano Hollman Morris, que tem arriscado a sua vida para expor as ligações de políticos a grupos terroristas na Colômbia.

Hollman Morris foi seleccionado em Maio último como um dos 12 repórteres estrangeiros que poderiam beneficiar de uma bolsa da Nieman Foundation para um ano académico na Universidade de Harvard.

Dizendo-se chocado com a vitimização de um defensor dos direitos humanos como Hollman Morris, o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White, disse que “a proibição de entrada deve ser levantada e as regras devem ser revistas para acabar com o impacto negativo que as leis antiterroristas têm no jornalismo legítimo”.

Segundo o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), é provável que a recusa se tenha baseado “em informação enganadora ou imprecisa fornecida pelas autoridades colombianas”, cuja intencionalidade não é de excluir dada a pouca simpatia que muitos políticos colombianos nutrem pelo jornalista.

Entre esses políticos estão o actual presidente, Juan Manuel Santos, e o ex-presidente Alvaro Uribe, que acusou Hollman Morris de ser um “aliado do terrorismo” após este ter coberto a libertação de reféns das FARC em Fevereiro de 2009. A acusação foi investigada pelo Procurador-Geral da Colômbia, o qual concluiu pela inocência do jornalista.

Na Colômbia, Hollman Morris, de 41 anos, anda com guarda-costas devido às inúmeras ameaças de morte de que tem sido alvo, e no ano passado soube-se que tinha sido inclusivamente alvo de uma campanha dos serviços secretos colombianos DAS para o desacreditar publicamente, depois de ele ter provado ligações próximas entre elementos do DAS e grupos paramilitares.

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