Massacre de jornalistas nas Filipinas

Pelo menos uma dúzia de jornalistas e oito outros profissionais dos média foram assassinados a 23 de Novembro em Maguindanao, província do Sul das Filipinas, quando acompanhavam uma comitiva liderada por Genalyn Tiamzon-Mangudadatu, que ia entregar a candidatura do seu marido a governador da região.

O massacre foi levado a cabo por cerca de uma centena de homens armados, que emboscaram a comitiva e depois levaram as mais de 40 pessoas que a compunham para um lugar remoto, onde as executaram a tiro e a golpes de facão. Aparentemente, rivalidades entre clãs familiares estarão na base desta chacina.

Em reacção, a presidente Gloria Macapagal Arroyo declarou o estado de emergência e demitiu o chefe da polícia da região, mas a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) não lhe poupou críticas, lembrando que nos últimos oito anos se instalou nas Filipinas uma cultura de impunidade, pois foram mortos 74 jornalistas e só quatro culpados foram condenados.

A FIJ manifestou ainda o seu total apoio ao Sindicato Nacional de Jornalistas das Filipinas (NUJP), que vai enviar de imediato uma missão a Maguindanao para investigar as circunstâncias do massacre, apoiar as famílias das vítimas e averiguar as lacunas e as necessidades de segurança na região.

“Com eleições daqui a seis meses, as autoridades devem actuar já para garantir a segurança dos jornalistas em todo o país”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White, instando a administração de Gloria Arroyo a “comprometer-se, de forma clara e inequívoca com um inquérito imediato, independente e eficaz a esta atrocidade”.

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