Disfarces e espiões aumentam risco de ataques contra jornalistas

Atitudes como a do governo nepalês de querer usar jornalistas como informadores ou das forças de segurança de Israel que se disfarçam de fotojornalistas para melhor identificar manifestantes são prejudiciais para a imagem de independência dos média e aumentam o risco de ataques contra jornalistas, denunciam organizações afectas à International Freedom of Expression eXchange (IFEX).

De acordo com a Article 19 e a Federação de Jornalistas Nepaleses (FNJ), o uso de jornalistas como informadores é contrário ao código de conduta emitido pelo Conselho de Imprensa Nepalês, motivo pelo qual as duas entidades e a organização local Freedom Forum apelaram ao governo do país para que abdique de usar jornalistas como espiões, para garantir a segurança da classe.

Por seu turno, o Centro Palestiniano para as Liberdades de Média e Desenvolvimento (MADA) relatou que agentes de segurança israelitas se disfarçaram de fotojornalistas para identificar e deter manifestantes a 8 e 9 de Outubro, uma prática também denunciada pelos Jornalistas Canadianos pela Liberdade de Expressão (CJFE), que em 2008 documentou o caso de um polícia que se fez passar por repórter com o mesmo fito.

Para o MADA, esta é “uma violação das leis e cartas internacionais e coloca em risco as vidas dos jornalistas”, enquanto o CJFE afirma que “quando polícias se fazem passar por jornalistas, cria-se um ambiente em que os cidadãos não podem confiar que quem se identifica como jornalista é realmente jornalista”, o que prejudica o relacionamento com potenciais fontes de informação.

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