Militares israelitas confiscaram o equipamento da Radio Bethlehem 2000 e encerraram-na em Beit Jala, perto de Belém, na Cisjordânia, ameaçando fazer explodir a estação se esta encontrar forma de recomeçar a emitir.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) já condenou “o acto de censura cometido com mão de ferro”, e Aidan White, secretário-geral da organização, apelou às autoridades israelitas para que devolvam o equipamento confiscado à estação.

“O facto de os militares israelitas considerarem as emissões da Radio Bethlehem 2000 nocivas aos seus interesses não justifica o seu encerramento”, sublinhou o responsável da FIJ.

De acordo com o gerente da estação, George Canawati, tropas israelitas entraram nas instalações a 25 de Agosto, ordenaram que o equipamento técnico fosse desmontado e levaram-no, alegando que não gostavam das emissões da rádio e avisando que esta seria bombardeada se voltasse a difundir.

Em reacção, o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos juntou-se à equipa da Radio Bethlehem 2000 que, no domingo, protestou na Cisjordânia para que o material apreendido seja devolvido.

Para a FIJ, a acção militar contra a estação, popular pelos seus programas culturais e de entretimento, ilustra a intolerância face às interpretações alternativas dos média sobre a situação na Palestina.

“Estas intimidações apenas ajudam a alienar mais as pessoas e conduzem a um maior ressentimento”, declarou Aidan White, assinalando que “as autoridades devem devolver imediatamente o equipamento retirado à estação e pôr fim a estes actos de censura militar”.