Responsável pela morte de Carlos Cardoso regressa à prisão

Aníbal dos Santos Júnior, condenado a 30 anos de prisão pela morte do jornalista moçambicano Carlos Cardoso, que foi abatido a tiro a 22 de Novembro de 2000 em Maputo, regressou ao cárcere nove meses após a mais recente fuga.

Congratulando-se com o facto, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considerou “indispensável que ‘Anibalzinho’ cumpra a pena até ao fim para que seja feita justiça” à memória do director do diário “Metical”, assassinado quando investigava o maior escândalo financeiro do país desde a independência: o desvio de 14 milhões de euros em fundos do Banco Comercial de Moçambique.

Carlos Cardoso estava no automóvel acompanhado do motorista quando dois indivíduos se atravessaram à sua frente e abriram fogo, atingindo-o na cabeça com várias balas.

O jornalista, que teve morte imediata, publicara pouco antes artigos em que acusava os irmãos Satar e Vicente Ramaya, homens de negócios influentes no país, de envolvimento no desfalque ao banco.

Conhecido sobretudo pelo diminutivo, Aníbal Júnior, que fugiu da prisão de alta segurança de Maputo a 7 de Dezembro de 2008, tinha agora domicílio em Joanesburgo, onde vivia sob o nome de Maurício Alexandre Mula.

A 21 de Agosto, foi detido pela polícia sul-africana e conduzido à prisão de alta segurança de Pretória. Quatro dias depois, a polícia moçambicana, que dirigia a investigação em colaboração com a Interpol, deslocou-se a Pretória para tratar da sua extradição para a prisão de Maputo.

“Pedimos às autoridades que apliquem a máxima vigilância a este homem, que já se evadiu em mais de uma ocasião”, declarou a RSF, numa referência às várias fugas levadas a cabo por “Anibalzinho”, que a 20 de Janeiro de 2006 foi considerado o chefe do comando que executou Carlos Cardoso.

A 7 de Dezembro passado, o criminoso escapou da cela, graças à cumplicidade de um ou mais guardas prisionais, e pôs-se em fuga com outros dois reclusos, naquela que foi a sua terceira evasão.

“Anibalzinho” já fugira em Setembro de 2002, sendo detido em Pretória cinco meses depois, e em Maio de 2004. Da segunda vez, a Interpol deteve-o à chegada ao aeroporto internacional de Toronto.

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