Militares dos EUA avaliam jornalistas no Afeganistão

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e várias outras organizações de defesa da liberdade de imprensa condenaram a inspecção e avaliação a que o exército dos Estados Unidos submete os repórteres que cobrem o conflito no Afeganistão, para medir a sua simpatia para com a perspectiva norte-americana.

A tomada de posição surgiu depois de se saber que os jornalistas que desejem noticiar as operações militares no Afeganistão e que tentem fazê-lo sob protecção de tropas dos EUA são alvo do escrutínio de uma empresa de relações públicas contratada pelo Pentágono, para determinar se os órgãos para os quais os repórteres trabalham difundem uma imagem positiva das forças estado-unidenses.

“Essa forma de avaliar o trabalho dos jornalistas levanta suspeitas sobre a independência dos meios e acaba com quaisquer ideias de que o exército dos EUA deseja ajudar os meios a trabalhar livremente. Aliás, até parece sugerir que estão mais interessados em propaganda do que em relatos honestos”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White.

Frisando que “levar a democracia ao Afeganistão é um desafio enorme”, Aidan White destaca contudo que tal “não será mais fácil se se tentar manipular os média ou fomentar um jornalista enviesado a favor dos militares”.

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