A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), reunida durante o fim-de-semana em Varna, na Bulgária, para discutir a crise económica e profissional que ameaça os média na Europa, criticou a Comissão Europeia (CE) e o seu presidente, Durão Barroso, por fomentar uma cultura “autocentrada e negligente” no tratamento do sector.

“A estrutura tradicional do pluralismo informativo que sustentava a democracia na Europa está à beira do colapso”, afirmou o secretário-geral da FEJ, Aidan White, acusando a CE de “não estar disposta a reunir-se seriamente com os representantes dos jornalistas para debater a crise”, embora tenha aberto a porta a editores e patrões dos média.

Postura distinta têm manifestado os líderes dos principais partidos políticos do Parlamento Europeu, que concordaram que o papel dos média e o futuro do sector devem ser colocados no centro das preocupações do novo parlamento, que será eleito em Junho.

“É impossível não concluir que esta indiferença mostra que a Comissão ficou obcecada com a sua própria estratégia de comunicação e a sua própria imagem em vez de confrontar a realidade da crise nos média”, disse ainda Aidan White, concluindo que isso “é sintomático da cultura autocentrada, negligente e complacente da Comissão face aos média”.