Jornalistas acusadas de “entrada ilegal” na Coreia do Norte

As duas jornalistas norte-americanas que se encontram detidas desde 17 de Março pelas autoridades da Coreia do Norte foram acusadas de “entrada ilegal” no país e de levar a cabo “actos hostis” em território coreano, enfrentando uma pena de até 10 anos num campo de trabalhos forçados.

Laura Ling e Euna Lee, profissionais da Current TV, foram detidas quando se encontravam na fronteira entre a China e a Coreia do Norte, a fazer uma reportagem sobre refugiados que teriam fugido deste último país e redes de tráfico de mulheres norte-coreanas para a China, classificado pela Freedom House como o país onde existiu menor liberdade de imprensa em 2008.

A detenção das jornalistas foi já condenada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Fundação Internacional de Meios de Comunicação de Mulheres (IWMF) e pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que exigem a libertação imediata de Laura Ling e Euna Lee.

A RSF considera que seria inaceitável que a Coreia do Norte usasse as duas jornalistas para chantagem diplomática, numa altura de tensão com os EUA devido ao anunciado teste de mísseis de longo alcance por parte dos norte-coreanos, enquanto o CPJ propõe que a negociação diplomática da libertação envolva, além dos EUA e da Coreia do Norte, também a China e a Coreia do Sul.

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