A Federação de Sindicatos de Jornalistas espanhola (FeSP) apelou aos profissionais da informação para que não acudam a conferências de imprensa em que não haja o direito a colocar perguntas, instando ainda os directores e editores dos meios de comunicação a não obrigarem os seus funcionários a comparecer a tais eventos.

O comunicado da FeSP surge na sequência de uma conferência de imprensa com estas características do presidente da Generalitat valenciana, Francisco Camps, tendo a organização sindical sublinhado que, se algumas figuras públicas não estão dispostas a responder a perguntas dos jornalistas, devem simplesmente enviar comunicados para as redacções, em vez de convocar falsas conferências de imprensa.

Recorde-se que, em Julho de 2007, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CD-SJ) lançou um apelo similar sobre o mesmo tema, frisando que a “prática jornalística pressupõe questionar e obter respostas”, pelo que um “jornalista a quem seja vedado o esclarecimento dos factos não pode informar os seus leitores, ouvintes e espectadores”.

Como tal, o CD-SJ instou na altura os profissionais e respectivos órgãos de comunicação portugueses a não pactuar com “actos ilusórios”, que se traduzem na prática em “restrições no acesso à informação e em tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito a informar”.