Sindicato britânico delineia acções de luta

Representantes do Sindicato Nacional de Jornalistas britânico (NUJ) acordaram durante o fim-de-semana levar a cabo uma onda de protestos e acções de luta para resistir aos despedimentos nos títulos da imprensa local e regional e ao aumento das cargas laborais, o que ameaça a saúde e bem-estar dos profissionais.

Acusando os patrões dos média de serem “culpados de roubo e de corte inconsequente de despesas” em grupos de imprensa lucrativos, o NUJ revelou que, desde Junho, 500 postos de trabalho foram cortados ou não preenchidos nos jornais locais britânicos, tendo sido fechados mais de 30 escritórios e para cima de 50 títulos.

“Os jornais locais impressos e online continuam a ser negócios viáveis e lucrativos. Não podemos ficar parados e ver esta procura de altos lucros destruir a nossa indústria. É preciso perguntar o que foi feito com os milhões de libras de lucros dos últimos dez anos”, disse o secretário-geral do NUJ, Jeremy Dear, criticando o facto de a maior parte dessa verba ter “enchido os bolsos de accionistas, pago aumentos de salários aos directores e ter sido canalizada para reformas de executivos”, ao invés de reinvestida nas publicações.

“Se alguém gerisse um orçamento familiar desta maneira corria o risco de ficar sem casa e sem um tostão. Temos de questionar se estas pessoas são aptas para gerir uma indústria tão importante para as comunidades locais”, concluiu Jeremy Dear, instando os editores a trabalhar ao lado dos jornalistas na defesa da independência e integridade editorial.

Representantes do NUJ nos grupos Johnston Press, Trinity Mirror e Newsquest concordaram em realizar acções conjuntas contra despedimentos e congelamentos de salários, de denúncia da ganância de accionistas e administradores e de sensibilização do poder político para a causa.

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