Jornalista forçado a cumprir pena no Irão

O jornalista e activista dos direitos humanos curdo Mohammad Sadiq Kabudvand terá de cumprir um ano de prisão, por decisão de um tribunal de recurso iraniano, ao qual dirigira um apelo para que a sentença fosse revogada.

Mohammad Sadiq Kabudvand, editor do semanário “Payam Mardom Kordestan” (em farsi e curdo) foi instado a começar a cumprir a pena, que estava suspensa, a 13 de Setembro, restando-lhe agora o recurso para o Supremo Tribunal do Irão.

O tribunal de recurso também manteve a proibição do jornalista em exercer a sua actividade profissional durante cinco anos.

O jornalista foi acusado em Outubro de 2005 por “incitar a população à revolta contra o poder central” e “criar tensões raciais e tribais”, na sequência de artigos sobre torturas nas prisões iranianas.

Já anteriormente, em Junho de 2004, o semanário, que ia então na décima terceira edição, fora proibido.

Em reacção, o director executivo do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Joel Simon, afirmou que o cumprimento da sentença por parte do jornalista é “mais uma óbvia violação da liberdade de imprensa no Irão”, país que tem vindo a assistir a uma repressão dos média independentes.

A 28 de Agosto, Issa Saharkhiz, editor da revista mensal “Aftab”, foi sentenciado a quatro anos de prisão e a cinco sem exercer jornalismo por alegadamente ter divulgado informação falsa em artigos, escritos há vários anos, em que criticava as condições nas prisões do país.

Anteriormente, a 19 de Agosto, Saghi Baghernia, do diário económico “Asia”, teve como veredicto seis meses de prisão por “insultar o regime”, após ter publicado, em Julho de 2003, uma fotografia da líder da oposição iraniana Maryam Rajavi em que esta sorria ao sair de uma prisão francesa onde estivera devido a acusações de terrorismo.

Devido à publicação da imagem, também Iraj Jamshidi, editor do “Asia” e marido de Saghi Baghernia, foi condenado, em Julho de 2003, a um ano de prisão.

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