Meia centena de jornalistas impedidos de cobrir eleições no Egipto

As autoridades e alguns populares impediram, por vezes violentamente, mais de 50 jornalistas de cobrir devidamente as três fases de eleições no Egipto, uma situação considerada “completamente inaceitável” pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Na terceira e última fase das eleições, a 7 de Dezembro, o número de jornalistas e profissionais da comunicação impedidos de trabalhar foi de 18, na maioria trabalhadores da estação televisiva Al Jazeera e do diário independente “Al-Masry Al-Youm”.

Uma equipa de quatro elementos da Al Jazeera foi impedida por agentes de segurança de filmar uma mesa de voto em Bandar-Domyat, o mesmo acontecendo a um repórter da mesma estação em Al-A’arish.

Mais perigoso foi o que sucedeu a três elementos da Al Jazeera na província de El Sharqiya, que se viram forçados a fugir sob a ameaça de lhes ser atirado ácido nítrico. Na mesma região, o fotógrafo Ahmed Shaker foi regado com petróleo por indivíduos que depois ameaçaram pegar-lhe fogo, e o fotojornalista Amre Nabil, ao serviço da Associated Press, teve de ser hospitalizado depois de ser atingido com uma pedra num olho.

Outro tipo de intimidação sofreu o fotógrafo Mohamed Ma’arouf, do “Al-Masry Al-Youm”, que foi detido durante três horas pela polícia da região de Domyat, enquanto o seu colega Mohamed El-Sa’eed sofreu a inalação de gás lacrimogéneo e esteve duas horas detido num edifício governamental em Balteem, 200 quilómetros a Norte do Cairo.

Outro fotógrafo, Hossam Fadl, teve os pneus do carro furados mas conseguiu escapar ao gás lacrimogéneo em El-Mansoura, enquanto o seu colega de profissão Ahmed El-Masry foi atacado e agredido por membros do conselho municipal de El-Mansoura.

Por fim, quatro funcionários do “Al-Masry Al-Youm” foram confundidos com agentes secretos à paisana e agredidos com gravidade por aldeões em Shatoura, 490 quilómetros a Sul da capital.

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