Christophe Boltanski, jornalista do “Libération”, foi esfaqueado e assaltado por quatro homens numa rua de Tunis, capital da Tunísia, depois de ter noticiado actos de repressão sobre activistas dos direitos humanos.

O jornalista foi agredido num bairro cheio de agentes da autoridade e chegou mesmo a pedir ajuda a polícias que estavam junto à embaixada checa, mas estes não reagiram, informa a Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Os agressores puderam assim desaparecer sem problemas levando consigo diverso material de trabalho de Boltanski.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) critica o facto da polícia local não ter feito o mínimo esforço para ajudar a vítima, considerando por isso que este caso “tem todos os sinais de um acto deliberado de intimidação contra um jornalista independente”.

Frisando que o facto do ataque ocorrer nas vésperas da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação em Tunis é “um desafio ao empenho do governo tunisino para com o pluralismo e a liberdade de expressão”, a FIJ exigiu ao presidente Ben Ali que garanta o direito dos jornalistas a fazer o seu trabalho em liberdade “não apenas durante o período da cimeira, mas permanentemente”.

A organização disse ainda que o governo deve fazer os possíveis por encontrar e punir os culpados, dado que está em jogo um direito fundamental dos jornalistas e a imagem internacional da Tunísia.