Jornalistas que tentavam cobrir actividades do Pakistan People’s Party’s (PPP), na oposição, a 15 e 16 de Abril, foram alvo de ataques da polícia e de obstruções ao exercício do jornalismo, o que motivou protestos do Comité para a Protecção dos Jornalista
Cerca de 50 jornalistas que viajavam com Asif Ali Zardari líder da oposição e marido da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto do Dubai para Lahore, no dia 16, foram cercados por forças policiais assim que saíram do avião e obrigados a entregar as câmaras, os gravadores e os telemóveis.
Os que resistiram foram agredidos pela polícia e Mazhar Tufail, da Geo TV, permaneceu mesmo em custódia das autoridades durante duas horas, de acordo com o sítio South Asia Tribune.
Além disso, e na sequência de um protesto que os jornalistas organizaram no aeroporto, o material foi-lhes devolvido, mas as gravações em vídeo e áudio haviam sido apagadas e os cartões dos telemóveis tinham desaparecido.
A chegada de Asif Ali Zardari a Lahore foi também acompanhada de incidentes, pois as autoridades locais bloquearam manifestações de apoiantes do PPP e, segundo a CNN, vários postos de comunicações foram alvejados e o serviço da rede móvel interrompido.
Já na véspera, no dia 15, a polícia de Karachi tentara abordar um comboio que seguia para Lahore com activistas do PPP, acabando por ferir vários jornalistas que os acompanhavam, tendo sido hospitalizados três repórteres: Malik Munawar, do diário Asas Karachi, Tasadduk Ghouri, do Janbaz Karachi, e Yaseen Jabalpuri da APNA TV.
As autoridades locais também detiveram diversos jornalistas e apreenderam material de trabalho, o que motivou protestos de associações da imprensa e levou a que os repórteres que acompanham o Parlamento paquistanês boicotassem a sessão de dia 18.
Para o CPJ, estas obstruções ao livre fluir da informação no interior do Paquistão tornam ridículas as declarações oficiais de que existe liberdade de imprensa no país.