Conflito no Iraque é um dos cinco mais mortíferos da história recente

Um estudo do Comité para a Protecção dos Jornalistas apresentado a 19 de Outubro afirma que o conflito no Iraque é um dos cinco mais perigosos para os jornalistas na história recente, sendo as acções de rebeldes a principal causa das mortes de jornalistas no território.

Pelo menos 35 jornalistas foram mortos em resultado de acções hostis desde que os Estados Unidos invadiram o país em Março de 2003, sendo que quase metade deles – 16 – eram profissionais iraquianos.

A segunda causa principal de morte foi o fogo ‘amigo’ das forças norte-americanas, que vitimaram oito jornalistas. Nestes cálculos não são contabilizados dois jornalistas desaparecidos e não entram duas mortes de jornalistas que o CPJ ainda está a apurar se estão ou não relacionadas com trabalho jornalístico.

Mais mortíferos que o conflito iraquiano só mesmo a guerra na Argélia, que matou 58 jornalistas entre 1993 e 1996, a situação na Colômbia, que vitimou 51 repórteres desde 1986, e os conflitos de 1991 a 1995 nos Balcãs e de 1983 a 1987 nas Filipinas, ambos com 36 mortos entre os profissionais da imprensa.

Outros trabalhadores dos média – motoristas, intérpretes e guias – também têm sido alvos neste conflito, havendo treze mortes a registar desde o início das hostilidades, onze das quais durante 2004.

Os raptos são outro dos perigos que os jornalistas enfrentam no Iraque, tendo-se registado o sequestro de 22 jornalistas durante longos períodos em 2004. Desses, 19 foram libertados, um foi executado e dois continuam cativos.

“Estas estatísticas são uma lembrança arrepiante dos perigos extraordinários que os jornalistas enfrentam no Iraque, e demonstram a natureza crescente do perigo”, afirmou a directora-executiva do CPJ, Ann Cooper, acrescentando que “apesar de todos os riscos, muitos jornalistas continuam a trabalhar para dar ao mundo informação vital e independente sobre o conflito e o seu impacto”.

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