FIJ denuncia “berlusconização” da Tailândia

A mistura ao mais alto nível da política com a propriedade dos média na Tailândia levam a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a comparar a situação naquele país asiático à que é vivida em Itália com Silvio Berlusconi.

“Vemos a mesma arrogância política, o mesmo conflito de interesses e a mesma intolerância no que diz respeito a lidar com as pessoas que exigem uma reforma democrática”, afirma Aidan White, secretário-geral da FIJ.

Para este dirigente, os legisladores tailandeses estão a sacrificar o pluralismo e a democracia para dar o controlo total sobre os principais média ao primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, cuja família é dona da Shin Corp.

A FIJ considera ainda intolerável que o domínio governamental sobre os média seja também usado para perseguir os jornalistas que desafiam este estado de coisas, dando o exemplo do processo em tribunal contra a jornalista Supinya Klangnarong e três editores do “Thai Post”, acusados de difamação da Shin Corp.

O processo foi accionado depois de Supinya Klangnarong ter dito num seminário, em Outubro de 2003, que a Shin Corp era beneficiada com as políticas do governo, fundamentando a acusação com o aumento astronómico dos lucros da empresa em cerca de 800 milhões de euros, desde que o primeiro-ministro fora eleito em 2001.

Em carta de protesto ao director do grupo empresarial e ao primeiro-ministro tailandês, a FIJ solicitou a anulação da queixa contra Supinya Klangnarong e os editores do “Thai Post”, cujo julgamento está marcado para 6 de Setembro em Banguecoque.

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