Sindicato de Jornalistas da Turquia denuncia prepotência patronal

O Sindicato de Jornalistas da Turquia (TGS) acusou os proprietários dos média de falta de sinceridade no uso da expressão “liberdade de imprensa”, devido às condições de trabalho que impõem aos jornalistas.

Em comunicado, o TGS afirma que quando os dois maiores grupos de média turcos usaram a expressão “liberdade de imprensa” no Congresso Mundial de Jornais realizado em Istambul, entre 30 de Maio e 2 de Junho, o que queriam realmente dizer era “independência dos patrões dos média”.

“Os patrões dos média na Turquia estabeleceram condições de trabalho irregulares baseadas num modo de produção escravo. Não cumprem o previsto na Lei de Trabalho de Imprensa nem em outras leis relevantes. E também não respeitam os direitos sindicais dos jornalistas”, acusa o TGS.

O sindicato turco revela ainda que o grupo Sabah tentou impor aos seus trabalhadores contratos que não foram aceites pela Comissão da Carteira de Imprensa e pela Direcção-Geral de Imprensa e Informação, dada a sua incompatibilidade com as leis.

Nesse grupo, os jornalistas que não assinaram os contratos foram “pressionados, exilados e depois despedidos”, mas acabaram por ganhar a causa em tribunal.

Anteriormente, também o grupo Dogan Media preparou contratos similares, mas perante a recusa generalizada dos jornalistas em assiná-los, acabou por retirar essas propostas, que continham provisões contrárias à Lei do Trabalho de Imprensa e artigos enganadores, com o objectivo de facilitar a dispensa de jornalistas.

Para o TGS, esta atitude dos proprietários dos média acaba por ser nefasta para eles mesmos, pois baixa a confiança do público na imprensa, a qual já regrediu para níveis semelhantes à atribuída aos políticos.

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