No âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o Sindicato dos Jornalistas subscreve e partilha o manifesto do Conselho de Género, ao qual pertence, da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que demonstra:
- Profunda preocupação com o aumento do extremismo que está a minar os direitos das mulheres a nível global e a alimentar ataques dirigidos a mulheres jornalistas, sobretudo através de abuso e assédio online.
- Alarme perante a paralisação ou revogação de políticas de igualdade de género em várias partes do mundo, resultado da ascensão de governos de extrema-direita, populistas e de matriz religiosa radical, que negam a igualdade e retiram às mulheres relevância ou voz no espaço público.
- Convicção firme de que políticas de género sólidas e proativas são hoje mais necessárias do que nunca, constituindo ferramentas essenciais para salvaguardar conquistas já alcançadas e avançar na defesa dos direitos e da representação das mulheres em todos os sectores da sociedade.
- Rejeição inequívoca de todas as formas de violência contra as mulheres, incluindo o assédio online.
A FIJ e o SJ comprometem-se a:
- Continuar a lutar pela igualdade de género no jornalismo, refletindo as desigualdades que afetam as mulheres na profissão e promovendo a igualdade em todo o mundo.
- Apoiar as mulheres jornalistas vítimas de assédio e instar sindicatos e órgãos de comunicação a prestar apoio, formação e aconselhamento às profissionais dos media, garantindo que os incidentes são reportados, investigados e sancionados.
- Colaborar com a sociedade civil, especialmente com sindicatos internacionais, para continuar a exigir igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios, incluindo no local de trabalho.
- Informar sobre direitos das mulheres, igualdade de género e violência baseada no género com pleno respeito pela ética jornalística — protegendo sobreviventes, evitando o sensacionalismo, preservando identidades quando necessário e assegurando rigor e imparcialidade.
A FIJ apela a:
- Melhoria da legislação de proteção dos direitos das mulheres e aplicação efetiva das normas já existentes.
- Proteção reforçada para jornalistas que investigam ou reportam sobre grupos extremistas, reconhecendo os riscos elevados envolvidos, como abuso online, campanhas coordenadas de desinformação e ameaças físicas.
- Condenação pública firme de todas as formas de extremismo — incluindo movimentos de extrema-direita, misóginos, fundamentalistas religiosos e antidemocráticos — que procuram silenciar jornalistas, em particular mulheres.
- Reforço dos padrões editoriais nas redações para impedir a normalização de narrativas extremistas, incluindo a adoção de diretrizes claras para a cobertura de discurso de ódio, desinformação e ideologias extremistas baseadas no género.
- Cooperação com plataformas digitais para garantir a remoção rápida de ameaças extremistas, doxxing e campanhas de assédio direcionado contra jornalistas, sobretudo mulheres e minorias, que são desproporcionalmente atingidas.
- Promoção de campanhas de literacia mediática que ajudem o público a identificar desinformação e narrativas misóginas, reduzindo o impacto de ideologias nocivas.
- Proteção de espaços públicos democráticos e plurais, assegurando que atores extremistas não conseguem intimidar jornalistas, distorcer o debate público ou silenciar a imprensa, especialmente em matérias relacionadas com igualdade de género, direitos das mulheres e dignidade humana.
