Violência policial contra jornalistas na Índia

No mês de Fevereiro registou-se 13 casos de tratamento abusivo e ataques físicos contra jornalistas por parte de agentes da polícia dos estados indianos de Caxemira, Uttar Pradesh, Karnataka e Andhra Pradesh, denunciou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Entre os casos referidos pela organização conta-se o de seis jornalistas agredidos durante uma manifestação na Universidade de Osmania, em Hyderabad, o de um fotojornalista do “Kashmir Times” ferido por uma granada de gás lacrimogéneo disparada por um polícia num protesto em Srinagar, ou os disparos de outro agente sobre um fotógrafo do diário “Greater Kashmir” que cobria uma operação policial.

Apelando ao governo da Índia e às autoridades dos estados citados para que “investiguem esta violência inaceitável e instem as forças de segurança a actuar com maior contenção”, sobretudo em Caxemira, a RSF alertou igualmente para o caso de Seema e Vishwavijay Azad, fundadores da revista “Dastak Nai Samay Ki”, detidos desde 6 de Fevereiro por alegada pertença a um movimento maoísta proibido por lei.

A RSF criticou ainda uma sentença judicial que deu ordens às estações de televisão de Caxemira para que não transmitissem filmagens “provocatórias” ou “antigoverno” das manifestações que tiveram lugar naquele estado a 5 de Fevereiro, sublinhando que essa autocensura estava prevista na lei reguladora da televisão por cabo.

Pela positiva, a organização destacou que a Comissão Nacional de Direitos Humanos ordenou às autoridades de Uttar Pradesh que indemnizassem o jornalista Samiuddin Neelu, do “Amar Ujala”, que em 2005 foi raptado e ameaçado por polícias após escrever sobre corrupção policial e abuso de autoridade.

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