Venezuelanos criam comissão para proteger jornalistas

Foi com o objectivo de promover, proteger e defender os direitos humanos dos profissionais da comunicação venezuelanos que quatro organizações – o Colégio Nacional de Jornalistas, o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa, o Círculo de Repórteres Gráficos e a organização não governamental Espacio Público – criaram, a 17 de Janeiro, a Comissão Nacional para a Protecção dos Jornalistas (Conapro).

A nova estrutura surgiu no mesmo dia em que Orel Zambrano, editor do semanário político “ABC”, foi morto a tiro em Valencia, no estado de Carabobo, havendo a suspeita de que o crime se tenha devido a uma das muitas investigações sobre narcotráfico publicadas pelo jornalista de 62 anos.

O homicídio de Orel Zambrano ocorre apenas três dias após uma tentativa de assassinato do jornalista Rafael Finol e no mesmo mês que um ataque mortal contra o repórter gráfico Jacinto López, atribuído à criminalidade geral na Venezuela e, aparentemente, sem relação com o exercício da profissão.

“Janeiro foi um mês fatídico para a liberdade de expressão na Venezuela. Dois jornalistas foram mortos, outro sobreviveu a uma tentativa de assassinato e houve uma série de ataques e violações graves da liberdade de imprensa, incluindo a negação do acesso de equipas televisivas à sala do Parlamento”, sistematizou Gregorio Salazar, director da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) na América Latina.

Surgida dessa mesma “necessidade de sistematizar as contínuas agressões de que padece a classe jornalística”, a Conapro visa publicar relatórios trimestrais sobre a situação da liberdade de imprensa na Venezuela e propõe-se criar “estratégias de prevenção que acompanhem e sigam todas as violações dos direitos que atentem contra o livre desempenho do trabalho informativo”.

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