Jornalistas de todo o mundo reuniram-se em Maputo, Moçambique, a 3 de Maio para celebrar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, instituído pela UNESCO e que este ano teve por tema o acesso à informação enquanto forma de dar poder aos cidadãos para melhor
A UNESCO celebrou a criação de leis em prol da liberdade informativa, que incentivam o escrutínio público e, como tal, combatem a corrupção que é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento.
Apesar da grafia enviesada de algumas leis relativas à liberdade de imprensa, de existirem outras que nunca foram implementadas e do silêncio imposto pela legislação criada no âmbito do combate ao terrorismo, mais de 70 países possuem leis para uma informação livre e 30 outros têm projectos nesse sentido, assinala a organização Article 19, lembrando que o movimento continua a crescer.
Prova-o o passo dado pela Jordânia em 2007 para se tornar no primeiro país do Médio Oriente a ter uma lei para a liberdade de imprensa ou a recente marcha dos cidadãos liberianos ao Parlamento para a apresentação de um esboço de legislação nesta mesma área.
Para a UNESCO, a iniciativa cívica é fundamental, até porque os média apenas podem fazer a sua parte de dar poder aos cidadãos se estes tiverem as competências necessárias para analisarem e questionarem a informação que recebem.
Aquela entidade lamenta, contudo, que, apesar de a Internet ter permitido o surgimento dos cidadãos-jornalistas, que agem como repórteres na ausência destes a exemplo do que sucedeu em Myanmar, onde, no Outono passado, foram populares a informar o mundo dos protestos que se registavam no país , cerca de 80 por cento da população mundial ainda não tenha acesso a telecomunicações básicas.
Para este ano, as metas passam por implementar medidas que ampliem o uso de novas tecnologias e pela aposta nas rádios comunitárias, reconhecidas como uma das melhores ferramentas para dar voz às populações mais pobres e marginalizadas, dado o custo reduzido de produzir conteúdos neste suporte e a facilidade com que alcança as pessoas, triunfando inclusivamente sobre a iliteracia.
