Um Sindicato com todos

Discurso de tomada de posse da presidente da direção, Sofia Branco, ontem, na sede do Sindicato, em Lisboa.

Distintos convidados, caros representantes do Estado, dirigentes sindicais e organizações do setor,

Amigos, companheiros, camaradas,

Começo por agradecer aos que agora terminam o mandato o serviço prestado ao Sindicato e ao Jornalismo, aos nossos advogados o incansável apoio nos momentos de crise – que, infelizmente, marcaram os três anos do nosso primeiro mandato, e às funcionárias, nossos braços direitos e esquerdos sem as quais tudo seria muito mais difícil, deixando ainda um obrigada ao Paulo Pereira, que trabalhou connosco quase um ano antes de ter de emigrar para continuar a fazer jornalismo.

Três anos passaram depressa, mas isso não quer dizer que tenhamos feito pouco. Fizemos muito.

Desde logo, realizámos o prometido Congresso dos Jornalistas, razão primordial da candidatura da Lista B, há três anos. E fizemo-lo em parceria inédita com duas outras organizações parceiras, a Casa da Imprensa e o Clube de Jornalistas, com as quais pretendemos manter a colaboração. Fizemo-lo ainda num clima de total abertura a sugestões e propostas, nomeando um grupo muito diversificado de jornalistas para o levar avante. À Maria Flor Pedroso, que liderou esse coletivo plural, o nosso grato reconhecimento.

Durante três anos, defendemos os nossos onde foi preciso e, lamentavelmente, foi-o vezes demais em situações de conflito laboral e em processos de despedimento.

Denunciámos a precariedade laboral e cumprimos a promessa de defender todos os jornalistas, independentemente do vínculo com que continuam a exercer a profissão e da geografia ou meio de comunicação onde o fazem.

Procurámos, e continuaremos a fazê-lo, defender o jornalismo como pilar fundamental da democracia, protegendo a ética e a credibilidade que são fundamentais ao seu exercício livre e independente.

Nesse sentido, demos seguimento à decisão tomada pelo Congresso de alterar o Código Deontológico, modernizando-o – a nova versão já está disponível em formato de bolso.

Não posso deixar de mencionar o projeto que, pessoalmente, mais prazer me deu impulsionar: o da literacia mediática, que levará os jornalistas às escolas, em princípio ainda durante este ano letivo, e em parceria com os Ministérios da Educação e da Cultura e CENJOR, para explicar o que é jornalismo e, sobretudo, o que não é.

Importa agora falar do futuro, concretamente do futuro do nosso Sindicato. Não se avizinham tempos fáceis e os crescentes desemprego e abandono da profissão impõe-nos uma reflexão sobre a sustentabilidade do Sindicato.
Precisamos que mais se juntem a nós, tornando-se sócios e participando activamente na vida sindical, e precisamos também de procurar formas alternativas de receita.

Apostaremos ainda no reforço de parcerias internacionais. Nesse sentido, aproveitamos para assinalar que vamos organizar, em Lisboa, em parceria com as instituições europeias, uma conferência internacional no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio. Já no dia 6 de junho, Lisboa, e o Sindicato enquanto parceiro local, acolherá pela primeira vez a assembleia geral da Federação Europeia de Jornalistas.

Termino saudando todos os agora eleitos para os corpos gerentes do nosso Sindicato, fazendo votos para que cumpram os seus mandatos num ambiente de diálogo e colaboração.

Disse-o há três anos e repito-o: na equipa que hoje inicia funções não há suplentes, somos todos efectivos. Antes, como a partir de agora, conto com todos, para garantir um sindicato para todos. Com a convicção de que estaremos, todos, sempre, do lado de um jornalismo livre, responsável e de qualidade.

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