Um jornal incendiado e outro censurado no Brasil

O Tribunal Regional Eleitoral do Estado suspendeu a 17 de Maio a edição electrónica do jornal brasileiro “Folha do Amapá”. No dia seguinte, bem mais a Sul, o “Imprensa Livre”, de São Paulo, foi invadido por três homens armados que ameaçaram e agrediram funcionários e incendiaram equipamentos.

Ambos os casos de violência contra a imprensa foram denunciados pela Federação Nacional de Jornalistas do Brasil (Fenaj).

A suspensão da edição eletrónica do “Folha do Amapá” foi determinada pelo juiz auxiliar Anselmo Gonçalves da Silva, que considerou que a forma como estava escrita a reportagem “Sólida demite, dá calote e some” tinha a intenção de denegrir a imagem do governador Waldez Góes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT),

Entendendo a decisão judicial como um acto de censura, o jornal do estado do Amapá, no Norte do Brasil, lançou a 19 de Maio uma edição de protesto.

Quanto ao jornal “Imprensa Livre”, na região do Sudeste, foi invadido na madrugada de 18 de Maio por três homens armados que agrediram funcionários e atearam fogo a equipamentos e exemplares do jornal. Os agressores ameaçaram com mais represálias caso o jornal continuasse a publicar informações acerca do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC).

Suspeita-se, contudo, que o ataque nada tem a ver com a organização criminosa e que terá sido ordenado por políticos e empresários que divergem da linha editorial do “Imprensa Livre”.

Repudiando o ocorrido, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo frisou que esta acção violenta feria não só a liberdade de expressão como também o direito ao trabalho.

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