Um ano de prisão para jornalista do Chade

Sy Koumbo Singa Gali, directora de publicação do semanário “L’Observateur”, foi condenada a um ano de prisão por “incitar ao ódio”, devido a uma entrevista com Garondé Djarma, jornalista que a 18 de Julho recebeu uma sentença de três anos de prisão.

A decisão tomada pelo tribunal de N’Djamena a 15 de Agosto inclui ainda uma multa de 200 mil francos CFA (cerca de 300 euros) para a entrevistadora e para o entrevistado e uma pena de prisão de um ano para Garondé Djarma, a qual não se sabe ainda se vai ou não ser adicionada à pena de três anos que já lhe havia sido aplicada por “difamação e incitação ao ódio”.

Na entrevista concedida ao “L’Observateur” pouco antes de ser condenado, Garondé Djarma acusou os janjaweed (árabes do Chade) de conspirarem para o silenciar devido à sua cobertura do conflito entre árabes e negros em Darfur, no Sudão.

Preocupada com a situação dos jornalistas no Chade – Sy Koumbo Singa Gali é a quarta jornalista presa este ano naquele país africano –, a Jornalistas em Perigo (JED) enviou um representante ao Chade para falar com o ministro da Informação, Hoummdji Moussa, e com o ministro da Justiça, Edouard Ngarta.

Ambos os governantes expressaram a sua incapacidade para conter a vaga de repressão contra a comunicação social do país, o que levou a JED a escrever uma carta ao presidente Idriss Deby, uma atitude que também foi tomada pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), para o qual “por mais provocadora que seja a entrevista, não há bases para prender uma jornalista que só está a fazer o seu trabalho”.

Além de Sy Koumbo Singa Gali e Garondé Djarma, este ano as autoridades do Chade já prenderam pelo seu trabalho os jornalistas Michaël Didama, director do semanário “Le Temps”, e Ngaradoumbé Samory, do “L’Observateur”.

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