Tunísia liberta jornalistas

A queda do regime de Ben Ali na Tunísia levou à libertação de todos os jornalistas e bloggers que se encontravam presos no país, notícia saudada com entusiasmo pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

Logo na semana passada foram libertados Nizar Ben Hassan, correspondente da Radio Kalima, e os bloggers Azyz Amamy e Slim Amamou, e nesta quarta-feira saiu da cadeia Fahem Boukadous, jornalista do canal por satélite Tunisian Dialogue que em Julho fora condenado a quatro anos de prisão por ter noticiado as manifestações públicas contra o desemprego e a corrupção na cidade mineira de Gafsa, em 2008.

“Os meus sentimentos de alegria são indescritíveis. Apesar da repressão e da vida na prisão e na clandestinidade nos últimos anos, nunca deixei de acreditar que o povo tunisino iria finalmente virar-se para um regime democrático”, afirmou Fahem Boukadous à saída da prisão.

Saudando o fim da odisseia de Boukadous, que poderá finalmente receber tratamento médico adequado para os seus problemas de asma, a FIJ realçou a luta que o Sindicato Nacional dos Jornalistas Tunisinos (SNJT) travou pela libertação do camarada de profissão.

Também o CPJ celebrou a libertação dos jornalistas e a restauração do direito do povo tunisino a noticiar, divulgar e partilhar notícias sem medo de represálias, recordando ao mesmo tempo os sacrifícios daqueles que pagaram um preço elevado por acreditarem na liberdade de imprensa.

Entre os casos referidos pelo CPJ estão Zouhair Yahyaoui, blogger que morreu de ataque cardíaco aos 37 anos, após ano e meio de tratamento repressivo na cadeia, e também o fotógrafo francês Lucas Mebrouk Dolega, que sucumbiu a ferimentos na cabeça sofridos durante a cobertura das recentes manifestações que conduziram à queda do regime de Ben Ali.

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