Trinta e seis jornalistas morreram em serviço em 2003, segundo o CPJ

Ao longo de todo o ano de 2003, 36 jornalistas morreram em serviço, número que é quase o dobro dos 19 registados em 2002, anunciou na passada sexta-feira o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

A razão principal deste aumento foi o conflito no Iraque, onde 13 repórteres perderam a vida em consequência de actos hostis. Este número é o mais elevado registado num único país desde que 24 jornalistas morreram no auge da guerra civil na Argélia, em 1995.

No relatório anual do CPJ são ainda destacadas as mortes de dois jornalistas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, cinco nas Filipinas, quatro na Colômbia e um na Rússia.

O facto de os dados do CPJ serem bastante inferiores aos da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que aponta 83 profissionais mortos em 2003, deve-se a uma diferença na metodologia usada.

Enquanto a FIJ inclui na sua contabilidade as mortes de jornalistas e doutros profissionais dos média, o CPJ apenas contabiliza os repórteres e investiga por si todas as mortes, considerando apenas os casos em que se confirme que o falecimento foi resultado directo do trabalho do jornalista.

Nas situações em que os seus investigadores não conseguem determinar se a morte se deveu a motivos profissionais, o CPJ classifica o caso como “não confirmado” e prossegue a investigação até determinar o motivo. Neste âmbito, a organização está a investigar quatro desaparecimentos e 12 assassinatos ocorridos em 2003.

Desde 1994, o CPJ registou um total de 346 jornalistas mortos em serviço, 76 por cento dos quais vítimas de represálias pelos seus artigos. Apenas 25 dos responsáveis por estas mais de 300 mortes foram julgados e condenados, o que indica uma elevada taxa de impunidade.

Os anos mais mortíferos da última década foram 1994, com 66 mortes; 1995, com 51; 2001, com 37; e 1999 e 2003, com 36 cada.

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