Trinity Mirror recorre à publicidade para esconder greve dos jornalistas

O grupo britânico Trinity Mirror tem vindo a oferecer descontos na publicidade para “preencher os espaços vazios” provocados pela greve dos jornalistas dos seus títulos em Bedworth, Nuneaton, Hinckley e Coventry. Os jornalistas já cumpriram 12 dias de greve, em luta por melhores salários.

Esta informação veio a público devido à fuga de um memorando que os comerciais da empresa enviaram aos anunciantes. Na mesma semana, o grupo Trinity Mirror anunciou lucros de 13%, resultantes em grande parte de um aumento das vendas de jornais.

“E a quem é que se devem esses lucros? Aos repórteres esforçados que a administração julga não merecerem mais do que um aumento de 2,75% no ordenado, pois claro. Está na altura de apresentar melhores propostas e recompensar as pessoas que são em grande parte responsáveis pelo sucesso do Trinity Mirror”, afirmou Miles Barter, responsável do Sindicato Nacional de Jornalistas (NUJ).

A mesma opinião tem o secretário-geral do NUJ, Jeremy Dear, para quem o memorando do sector comercial que agora foi divulgado “desmonta a mentira de que os jornais não estão a ser afectados pela actual greve”.

Recorde-se que, caso a administração não reconsidere a sua proposta de aumento, os jornalistas do “Coventry Evening Telegraph”, do “Nuneaton Tribune”, do “Bedworth Echo” e do “Hinkley Times” vão ficar a ganhar abaixo do salário médio britânico, recebendo menos 1200 euros anuais do que os seus colegas do grupo Trinity-Mirror na região vizinha de Birmingham.

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