Tribunal turco encerra jornal por alegada promoção do terrorismo

Um tribunal criminal de Istambul ordenou, a 22 de Agosto, o encerramento, durante um mês, do jornal turco “Günlük”, conhecido por abordar temas relacionados com a minoria curda, devido a um artigo que foi considerado propaganda a uma organização terrorista.

De acordo com o Instituto Internacional de Imprensa (IPI), o veredicto não especificou porque é que o artigo é considerado de natureza terrorista, sendo esta a segunda vez que o “Günlük” é encerrado judicialmente desde que começou a ser publicado, no início deste ano.

Escrito pelo professor universitário Amir Hassanpour, o artigo centrava-se na importância das emissões televisivas para a sobrevivência dos idiomas, criticando “as duras politicas de linguicídio” da Turquia contra a língua curda e enaltecendo o impacto do canal por satélite curdo MED TV para a cultura desta minoria.

Em todo o artigo, só havia uma referência ao PKK, organização classificada como terrorista pelo governo turco, para referir que a MED TV fora temporariamente suspensa depois de emitir uma entrevista com o líder separatista curdo Abdullah Ocalan.

Várias organizações de defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa criticaram a decisão judicial, lembrando que o mensário “Vesta” publicou o mesmo artigo em 2003 e “não foi alvo de qualquer processo criminal na altura”.

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