Três jornalistas turcos condenados a prisão perpétua

Mehmet Altan, o seu irmão Ahmet Altan e Nazli Illicak foram considerados culpados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 2016. FIJ considera condenação “escandalosa” e diz que condenar jornalistas é comum “em regimes ditatoriais, mas a Turquia faz parte do Conselho da Europa como outras democracias”.

Os jornalistas Mehmet Altan, de 65 anos, o seu irmão Ahmet Altan, de 67, e Nazli Illicak, de 73, foram condenados a prisão perpétua na Turquia por alegado envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 2016.

Também Yakup Simsek e Fevzi Yazici (respetivamente, responsável pelo setor de marketing e designer do jornal Zaman) e Sukru Tugrul Ozsengul (instrutor policial) foram condenados a prisão perpétua pela mesma razão.

“Estas escandalosas condenações representam uma escalada em relação à repressão da liberdade de imprensa na Turquia. A criminalização do trabalho jornalístico é comum em regimes ditatoriais como forma de repressão à liberdade de expressão. Mas a Turquia pertence aos estados democráticos que integram o Conselho da Europa e todos os países democráticos devem deixar claro que as autoridades turcas foram demasiado longe neste caso. A liberdade de imprensa é o termómetro da democracia e quebrá-la não vai ajudar a democracia turca a recuperar”, defendeu Philippe Leruth, presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

A FIJ refere que “a condenação desafia uma ordem de um tribunal superior turco que deu indicações em janeiro para que Mehmet Altan fosse libertado, depois de se ter percebido que a sua detenção violava os seus direitos constitucionais”. Porém, essa indicação não foi respeitada porque “não foi comunicada de forma correta”.

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