Três jornais suspensos no Sudão

O encerramento do jornal “Al-Azminah” e a permanente perseguição ao diário “Alwan” pelo procurador do Estado encarregue dos casos de subversão são considerados actos deploráveis pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

A organização reclama que seja cumprido o decreto presidencial de 12 de Agosto, segundo o qual cabe ao Conselho Nacional de Imprensa, e não aos serviços secretos, a responsabilidade pela vigilância das matérias publicadas nos órgãos de comunicação social.

O “Al-Azminah” foi suspenso por tempo indeterminado a 30 de Setembro após um queixa por parte do exército, que acusa o jornal de ter publicado uma reportagem pouco rigorosa sobre o desmantelamento de milícias pró-governamentais após o acordo de paz de 25 de Setembro com os rebeldes do Exército de Libertação do Povo do Sudão.

O diário “Alwan”, que já a 2 de Setembro fora suspenso na sequência de uma queixa da agência Nacional de Segurança por incitar à insurreição, tendo regressado às bancas por ordem do ministro da Justiça a 24 de Setembro, enfrenta nova suspensão desde 26 de Setembro, decretada pelo procurador dos casos de subversão.

Além destas duas situações, há ainda a registar a suspensão por três dias, ao abrigo da lei de imprensa, do diário “Al-Sahafa”, decretada pelo Conselho Nacional de Imprensa. O jornal foi condenado por ter publicado um anúncio da Ethiopian Airlines que enaltecia a qualidade dos vinhos nos voos Cartum-Paris, quando o álcool está proibido no Sudão desde 1983.

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