Trabalhadores exigem demissão do presidente da NHK

Os funcionários da televisão pública japonesa NHK exigem a demissão do presidente da empresa, depois de uma série de escândalos de corrupção que chocaram o país ter feito com que 113 mil espectadores se recusassem a pagar a taxa de televisão.

O protesto é apoiado pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que escreveu ao conselho de administração da NHK alertando para o facto de “a credibilidade e integridade de uma das principais estações públicas mundiais estar em risco” e de “alguém ter de assumir a responsabilidade e levar a NHK a recuperar a confiança do público”.

O presidente da empresa, Katsuji Ebisawa, desvaloriza a situação, recusa-se a sair e diz que a atitude dos espectadores “não pode ser interpretada como um não pagamento definitivo”.

Porém, como o pagamento da taxa de televisão no Japão não é obrigatório, os sindicatos temem que a NHK tenha perdas de receitas na ordem dos 100 milhões de dólares e que o deteriorar da situação ameace o futuro financeiro do operador público.

Os escândalos que estão no centro da polémica começaram com a descoberta de um desvio de dinheiro na ordem dos 350 mil euros por parte de um produtor da NHK, a que se seguiu a denúncia de outros casos e um inquérito parlamentar às contas da estação pública.

A controvérsia aumentou ainda mais quando a estação se recusou a transmitir na íntegra a audiência parlamentar sobre o seu caso – ao contrário do que fez uma estação comercial –, levando ao descontentamento interno de vários jornalistas e à desconfiança de muitos espectadores, que interpretaram esta atitude como uma tentativa de encobrimento da verdade.

O Niporo, sindicato de jornalistas japoneses, lançou já uma campanha nacional visando convencer os deputados a recusar o orçamento e o relatório anual da NHK que vai ser apresentado em Março, para que Katsuji Ebisawa não tenha outra opção que não seja demitir-se.

Partilhe