Trabalhadores da Controlinveste em luta pelos seus postos de trabalho

Os trabalhadores da Controlinveste exigem a retirada dos processos de despedimento colectivo e a abertura imediata de negociações entre as empresas e os sindicatos.

A decisão consta de uma Moção aprovada por unanimidade nos plenários gerais realizados a 28 e 29 de Janeiro, no Porto e em Lisboa, respectivamente, para analisar a situação criada no grupo de Joaquim Oliveira com a decisão da Administração de despedir 122 trabalhadores.

No documento, que a seguir se transcreve na íntegra, os trabalhadores mandatam igualmente os seus representantes e as associações sindicais para a “promoção das formas de luta que se justificarem” caso a Administração se recuse a negociar.

MOÇÃO

Considerando que:

1.As administrações das empresas Global Notícias, Publicações, SA e Jornalinveste, Comunicação, SA, do grupo Controlinveste, editoras nomeadamente do “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias”, “24 Horas” e “O Jogo” decidiram encetar um processo de despedimento colectivo abrangendo 123 trabalhadores afectos às redacções das referidas publicações e a vários dos seus serviços.

2.A intenção de despedimento colectivo não foi precedido de reuniões prévias, com a antecedência que se impunha, com os representantes dos trabalhadores, destinadas à apresentação de dados sobre a situação real das empresas e à discussão preliminar de soluções, assim como não foram estudados, nomeadamente no âmbito dos respectivos conselhos de redacção, planos de redinamização editorial das publicações em causa.

3.A medida anunciada, a ser concretizada, terá graves consequências sociais, atingindo a vida de inúmeras famílias, e diminuirá substancialmente a capacidade produtiva, nomeadamente editorial, podendo gerar efeitos económicos perversos e prejudicar o desempenho das empresas e publicações.

4.Os trabalhadores estão convencidos de que é possível inverter a situação económico-financeira das empresas através de medidas mobilizadoras que relancem com maior vigor as várias publicações e desenvolvam formas criativas de captar investimento publicitário. que se justificarem

5.Os trabalhadores consideram que o diálogo social e o reconhecimento são condições indispensáveis à construção de soluções para os problemas das empresas, mas que tal diálogo implica uma postura de negociação mais aberta por parte das administrações.

6.Não obstante os pedidos de informações adicionais já formulados pelas estruturas representativas dos trabalhadores, as empresas ainda não forneceram elementos de indispensáveis à análise da sua situação, mesmo discussão dos fundamentos para o despedimento colectivo e apresentação de propostas alternativas.

7.As empresas procederam a avaliações selectivas de parte dos trabalhadores que pretende despedir, sem que tal processo fosse objecto de prévia consulta aos trabalhadores e aos seus representantes, sem que a existência da avaliação fosse do conhecimento dos trabalhadores, sem que estes fossem sequer ouvidos e utilizado o seu direito a recorrer dos respectivos resultados.

8.A fundamentação usada pelas empresas carece de discussão mais aprofundada,

Os trabalhadores ao serviço das empresas Controlinveste, Publicações, SA e Jornalinveste, Comunicação, SA, do Grupo Controlinveste, reunidos, no Porto, em 28 de Janeiro de 2009, decidem:

1.º – Exigir a retirada dos processos de despedimento colectivo, com a abertura imediata de uma fase preliminar de discussão da situação entre as empresas e os sindicatos;

2.º – Mandatar os seus representantes e as associações sindicais para a promoção das formas de luta que se justificarem, caso não seja satisfeito o ponto anterior, sem prejuízo da consulta e decisão dos trabalhadores para o efeito;

3.º – Apelar ao envolvimento e participação de todos os trabalhadores das empresas e publicações na oposição ao despedimento colectivo e na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores.

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