Tempos de antena invalidam papel do jornalista

A Federação de Associações de Jornalistas de Espanha (FAPE) criticou em comunicado a imposição de tempos de antena televisivos em época de eleições, por considerar que estes invalidam o papel informativo do jornalista, constituindo um autêntico atropelo profissional, especialmente nas cadeias privadas.

“Os meios privados, pelo seu interesse económico geral, não têm função de serviço público essencial, e portanto não se lhes pode exigir a gratuitidade destas emissões eleitorais, o que, em todo o caso, seria contrário ao artigo 20.º da Constituição [espanhola], relativo à liberdade de informação”, assinala o documento, numa referência a uma proposta de lei que obriga as emissoras privadas a cumprir critérios de proporcionalidade similares aos que imperam nas públicas.

A FAPE entende que converter a informação num pé de microfone de mensagens políticas, cronometradas e de duvidoso interesse para as audiências constitui um grave atropelo profissional e interpreta a vontade de reforma como uma tentativa de anular a profissão jornalística, “que já é suficientemente vilipendiada na cobertura eleitoral”, com a convocação de conferências de imprensa sem perguntas ou as restrições de acesso aos encontros de campanha.

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