Solidariedade com trabalhadores da TiN em vésperas de greve

Os jornalistas da “Trust in News” não podem continuar a suportar meses de salários em atraso, subsídios por pagar e um futuro hipotecado porque Luís Delgado não cumpriu a promessa de injetar 1,5 milhões de euros para viabilizar a sobrevivência  dos  17 títulos do grupo, entre os quais a VISÃO, Exame, Caras, Exame Informática e Jornal de Letras. Sem o dinheiro prometido pelo sócio único da TiN, não é possível travar o processo de insolvência que vem do ano passado. Durante todo este tempo, os jornalistas e demais trabalhadores foram os únicos que não falharam nas obrigações e é pelo seu esforço que os títulos continuam em banca, gerando receitas.

Mas há limites à capacidade humana de suportar o intolerável, de viver com atrasos permanentes, com o presente condicionado e o futuro incerto. Por isso o Sindicato dos Jornalista apoia a opção dos trabalhadores, que convocaram, em plenário, uma greve por tempo indeterminado com início às 00.00 horas do dia 20 de junho.

Como sublinham em comunicado, os trabalhadores “temem pelo futuro dos seus títulos históricos e continuam a duvidar da existência de condições para viabilizar o plano de recuperação da empresa, aprovado pelo credores” sem a entrada de dinheiro. Mas, além disso, sem algo que reconheçam como “uma estratégia realista que garanta o futuro da empresa, são os postos de trabalho que estão em causa mas também a salvaguarda de títulos emblemáticos da imprensa portuguesa”.

O SJ vê com preocupação a situação destas pessoas, que se prolonga há mais de um ano e meio. Só depois da aprovação da greve receberam os 20% que faltavam do salário de abril, pago em quatro prestações.

Os trabalhadores da TiN partem para uma paralisação com data de início e que apenas terá fim quando a empresa cumprir as suas obrigações. Neste momento, é dever do SJ apelar a todos os jornalistas, a toda a sociedade, que se coloquem ao lado dos 92 trabalhadores (eram 140 há um ano e meio, à cabeça deste ruinoso processo) que lutam por condições mínimas de trabalho e pela sua dignidade. Lutemos a seu lado! Pela TiN e pelo  jornalismo, que vai vivendo em Portugal tempos dramáticos sem que os poderes entendam que os populistas se têm alimentado muito da fragilidade de um pilar essencial de um Estado de direito e que sem jornalismo não há democracia.

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