Sofia Branco nomeada para os Prémios Natali

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) anunciou, dia 29, a lista dos 16 jornalistas nomeados para os “Prémios Natali de Jornalismo”, entre os quais está a portuguesa Sofia Branco.

Dos jornalistas nomeados sairão os cinco vencedores deste ano dos “Prémios Natali de Jornalismo: Excelência em Reportagem sobre Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento”, no valor de 10.000 euros. A gala de entrega dos prémios terá lugar no Centro Internacional de Imprensa Résidence Palace, em Bruxelas, em Outubro próximo.

“Com mais de 300 candidatos oriundos de todos os pontos do mundo, os Prémios Natali deste ano abrangem uma vasta gama de culturas diversas, demonstrando os elevados padrões de qualidade do jornalismo de muitos dos maiores jornais a nível mundial”, afirmou Aidan White, secretário-geral da FIJ, que organiza os prémios em colaboração com a Comissão Europeia.

Ainda segundo Aidan White, os Prémio Natali consolidaram-se como “uma verdadeira representação da coragem individual” e constituem “uma oportunidade única” para revelar “o talento de escritores e repórteres”.

O trabalho da jornalista Sofia Branco, “Mutilação genital feminina, o holocausto silencioso das mulheres a quem continuam a extrair o clitóris”, agora nomeado para os Prémios Natali, já havia sido distinguido em Portugal com o Prémio de Reportagem Maria Lamas 2002, atribuído pela Comissão para a Igualdade.e para os Direitos das Mulheres, com o Prémio Imigração e Minorias Étnicas: Jornalismo pela Tolerância, atribuído pelo Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, e recebera uma menção honrosa nos Prémios AMI/Jornalismo Contra a Indiferença.

Os nomeados para os Prémios Natali são:

África

Jessica Bezuidenhout & Mzilikazi Wa Afrika (África do Sul) pela sua investigação sobre o primeiro caso de privatização na sivicultura sul-africana publicada em “The Sunday Times”.

Ken Opala (Quénia) por uma série de artigos sobre a pena de morte publicados em “Daily Nation”.

Dorothy Otieno (Quénia) por uma série de artigos sobre a mutilação genital feminina publicados em “East African Standard”.

Mundo Árabe, Irão e Israel

Walid Batrawi (Palestina) pelo artigo “Media-less Reforms vs. Reform-less Media” publicado on-line em “Arab Media Internet Network” e em “Al-Ayyam Daily”.

Jennifer Peterson (Palestina) pelo artigo “Strangling Qalqilya” publicado on-line em “Palestine Report”.

Atef Saad (Palestina) pelo seu artigo “Teachers rescue classes, despite checkpoints” publicado on-line em “Palestine Report”.

Ásia e Pacífico

Massoud Ansari (Paquistão) pelo seu artigo “The Great Repatriation Scam” publicado em “Newsline”.

Sergei Duvanov (Cazaquistão) pelos seus artigos “I Do Not Believe”, “Silence of the Lambs” e “Billion – The Account, But Not That” publicados em “SolDat” e on-line em “Eurasia” e “KUB”.

Muzamil Jaleel (Índia) pelas suas séries sobre perdas humanas no conflito de Caxemira publicadas em “The Indian Express”, “The Observer”, “The Telegraph” e “The Guardian”.

Europa

Rolf Bauerdick (Alemanha) pela sua reportagem “Von wie wenig kann man leben? – Müllmenschen in Oradea/Rumänien” publicada em “Brigitte-Magazin”.

Sofia Branco (Portugal) pela sua investigação sobre a possível prática de mutilação genital no seio da comunidade guineense em Portugal, publicada no “Público”.

Sandra Camps Ocaña (Espanha) pela sua reportagem “Retrato de las ONG” publicada em “El País Semanal”.

América Latina e Caraíbas

Daniela Arbex (Brasil) pelas suas séries “Cova 312” sobre a descoberta da sepultura de Milton Soares de Castro – um militante politico desaparecido há 35 anos durante a ditadura brasileira, publicado em “Tribuna de Minas”.

Klester Cavalcanti (Brasil) pelo seu artigo “Viúvas da terra” publicado em “Revista Terra”.

José Fernando Hoyos Estrada (Colômbia) pela sua reportagem “¿Qué puedo hacer por Colombia?” publicada em “Semana”.

Entretanto, a 25 de Julho, foi sorteado o júri, de 9 membros, que vai presidir à atribuição dos Prémios Natali, e cuja composição é a seguinte:

Adriana Cerretelli, correspondente do “Il Sole 24 Ore” (Itália);

Véronique Kiesel, jornalista reformado de “Le Soir” (Bélgica);

Katja Ridderbusch, correspondente do “Die Welt” (Alemanha);

Filomena Silva, chefe de redacção de “A Semana” (Cabo Verde);

Mikel Aguirre, freelance e antigo vice-presidente de International Press Association-API (Espanha);

Sunanda Deshapriya, jornalista e membro do “Free Media Movement” (Sri Lanka);

Nawab Khan, chefe da delegação da “Islamic Republic’s News Agency” em Bruxelas (Índia);

Max Römer, director da Escola de Jornalismo da Universidade Andréas Bello (Venezuela);

David Thomas, jornalista reformado de “International Market News” (Grã Bretanha).

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