SJ visitou três órgãos de comunicação social do distrito de Braga

Deslocação inseriu-se na preparação para um encontro sobre jornalismo fora dos grandes centros, agendado para fevereiro do próximo ano, na Madeira.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) visitou, na quarta-feira, três Órgãos de Comunicação Social (OCS) do distrito de Braga. Ouviu queixas, anotou sugestões e registou a forma séria como se tenta fazer jornalismo fora dos grandes centros.

Com o objetivo de fazer um retrato diversificado da Comunicação Social naquele distrito, o SJ começou por visitar as instalações do semanário Notícias de Fafe, um projeto nascido em 2012, com uma pequena redação, em contra-ciclo com a crise, e que se orgulha da independência jornalística que mantém.

Seguiu-se o Grupo Santiago, na cidade-berço, que detém o Comércio de Guimarães, o Desportivo de Guimarães, o portal Guimarães Digital, ainda a revista Bigger e a Rádio Santiago. Este é um grupo de media, que congrega várias plataformas e que, em termos informativos, cobre o concelho vimaranense.

Por fim esteve no Diário do Minho, jornal sediado em Braga e que celebrará no próximo ano o seu centenário. Além de conhecer a redação deste diário minhoto, que tem agora um novo título, a revista mensal Minha, a comitiva do SJ conheceu a gráfica que imprime este e mais de 100 títulos nacionais e que serve de âncora, em termos de sustentabilidade, para o projeto editorial.

Em comum, nos três OCS, a dependência das assinaturas, que representam uma larga fatia das vendas, mas que acarreta dificuldades face aos custos inerentes ao envio de jornais para países como a Suíça, o Canadá e o Quénia. A manutenção, ou o reforço, até, do “porte pago” é fundamental.

Em pelo menos dois destes OCS, as redações são curtas para fazer face ao volume de trabalho. Constrangimentos financeiros, em grande parte motivados pela quebra das receitas de publicidade, impedem o reforço das redações, como é desejado e desejável.

Foi também levantada a questão do plágio e da forma abusiva como outros títulos, blogues e páginas de Facebook locais pirateiam as notícias destes OCS. Apesar das queixas apresentadas, a ERC “disse não ter competência na matéria”. A restrição no acesso às fontes de informação, seja pela filtragem de informação através de agências de comunicação ou com o fecho das instituições em comunicados através das redes sociais, foi outra das preocupações levantadas.

A iniciativa do Presidente da República em propor um debate sobre o financiamento dos média, nestes tempos de crise, foi bem acolhida. Todos concordam que o modelo ou os modelos a encontrar não podem pôr em causa, de forma alguma, a independência e isenção de que qualquer um destes três órgãos visitados se orgulha.

Estas visitas inserem-se num retrato que o SJ está a fazer por alguns órgãos de comunicação social regional e local, no continente e ilhas, com vista à preparação do segundo encontro sobre jornalismo fora dos grandes centros (o primeiro decorreu em 1993, no Fundão).

O objetivo desta iniciativa, co-organizada com a Direção Regional da Madeira do SJ e agendada para fevereiro do próximo ano, é perceber as condições de trabalho da comunicação social regional e local.

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