SJ vai debater adesão à Greve Geral

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas saúda a convergência da CGTP-IN e da UGT na convocação de uma Greve Geral para 24 de Novembro com o objectivo de travar as medidas contra os trabalhadores e a economia constantes no Orçamento do Estado para 2012.

Em comunicado divulgado hoje, 19, o SJ considera ainda que os “jornalistas não podem ficar indiferentes ao movimento de luta e resistência que está a crescer e ao qual é necessário dar força”, pelo que a sua Direcção se vai empenhar na “mobilização da classe para a discussão da situação presente e das ameaças sobre o futuro, bem como das medidas a tomar, nomeadamente a adesão à Greve Geral a convocar pelas duas centrais sindicais.

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

SJ saúda convergência da CGTP e da UGT para Greve Geral

1. O Orçamento do Estado apresentado pelo Governo confirma os piores prognósticos: além de um ataque brutal e inaceitável aos direitos dos trabalhadores e aos reformados e pensionistas, de redução drástica dos seus rendimentos e de efeitos gravíssimos nas condições de vida de largas camadas da população, de paralisação e de retracção da economia, as medidas penalizam severamente quem trabalha e quem, estando agora reformado, já deu a sua contribuição para a criação de riqueza cuja distribuição vai continuar ainda mais injusta.

2. As medidas contidas na Proposta de Lei do Orçamento, afectando a generalidade dos trabalhadores e dos reformados e pensionistas com alterações drásticas nos impostos, com o confisco dos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores do sector público e dos pensionistas, com o aumento da energia e dos transportes, com cortes salariais e congelamento de carreiras no sector público, afectam também todos os jornalistas.

3. No que diz respeito ao sector empresarial do Estado, que inclui a RTP e a Agência Lusa, a Proposta de Lei do Orçamento insiste nas posições e medidas hostis contra os seus trabalhadores, continuando a sacrificá-los com cortes salariais, congelamento de progressões e redução na retribuição do trabalho suplementar e, agora, com o roubo dos subsídios de férias e de Natal.

4. Além do ataque directo aos direitos dos trabalhadores das empresas do sector empresarial do Estado, o Governo insiste no propósito de proceder à privatização total ou parcial de várias delas, constando na Proposta de Lei do Orçamento a medida de privatização nomeadamente de um dos canais da RTP.

5. As medidas contra os direitos dos trabalhadores e dos reformados e pensionistas, o ataque a serviços públicos essenciais – incluindo os de rádio e de televisão – o sério agravamento das condições de vida dos portugueses e o afundamento da economia nacional, com consequências directas também no sector da comunicação social e na vida dos jornalistas e das suas famílias, não podem passar: é necessário, é urgente, exigir outro rumo!

6. Às medidas contidas na Lei do Orçamento, acresce um brutal conjunto de medidas legislativas na área laboral que têm vindo a ser preparadas e até já publicadas, fazendo retroceder décadas e décadas de conquistas dos trabalhadores, fazendo tábua rasa do direito ao trabalho com direitos e em dignidade, num retrocesso civilizacional que deveria envergonhar-nos.

7. A ofensiva em curso exige dos jornalistas e dos restantes trabalhadores da comunicação social uma atitude mais solidária para com todos os trabalhadores portugueses, reclamando resistência organizada nos locais de trabalho e apontando a unidade de todos os trabalhadores como condição indispensável à mudança que se impõe.

8. Nesse sentido, considerando de extraordinária e decisiva importância a unidade na acção, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas saúda a convergência da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) e da União Geral de Trabalhadores (UGT) na convocação de uma Greve Geral para 24 de Novembro com o objectivo de travar as medidas contra os trabalhadores e a economia.

9. Considerando ainda que os jornalistas não podem ficar indiferentes ao movimento de luta e resistência que está a crescer e ao qual é necessário dar força e que devem participar nessa tarefa, a Direcção do SJ vai empenhar-se na mobilização da classe para a discussão da situação presente e das ameaças sobre o futuro, bem como das medidas a tomar, nomeadamente a adesão à Greve Geral a convocar pelas duas centrais sindicais.

Lisboa, 19 de Outubro de 2011

A Direcção

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