SJ solidário com trabalhadores da ERT

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) condena a decisão do governo grego de desalojar pela força os trabalhadores que desde Junho ocupavam as instalações da televisão pública (ERT), e manifesta a sua solidariedade para com os trabalhadores e os sindicatos gregos que lutam pela sobrevivência do serviço público de televisão.

Em comunicado, que a seguir se transcreve, o SJ repudia a intervenção policial ocorrida ontem, em Atenas, na sede da ERT, e sublinha que o encerramento da rádio e da televisão públicas gregas e o despedimento de 2700 trabalhadores do serviço público “constitui um perigoso precedente na Europa que deve preocupar todos quantos defendem a liberdade de informação e o direito de informar e ser informado, princípios inalienáveis da democracia”.

SJ repudia a ocupação policial da televisão pública na Grécia

1. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) manifesta o seu mais firme repúdio pela decisão do governo grego de recorrer às forças policiais, ontem, dia 7, para de forma brutal desalojar os trabalhadores que desde Junho ocupavam as instalações da televisão pública (ERT), e manifesta a sua solidariedade para com os trabalhadores e os sindicatos gregos que lutam pela sobrevivência do serviço público de televisão.

2. O encerramento da rádio e da televisão públicas gregas e o despedimento de 2700 trabalhadores do serviço público, imposto pela troika e pelo governo de Atenas, provocaram uma vaga de indignação na Grécia e em toda a Europa.

3. A decisão, inédita – nem a ditadura dos coronéis foi tão longe – de liquidar a rádio e televisão públicas na Grécia, constitui um perigoso precedente na Europa que deve preocupar todos quantos defendem a liberdade de informação e o direito de informar e ser informado, princípios inalienáveis da democracia.

4. Participando na rede de solidariedade internacional, para com os nossos camaradas gregos, o SJ salienta que os serviços públicos de rádio e de televisão são hoje, de forma muito preocupante e grave, um alvo a abater.

5. Em Portugal, os serviços públicos de rádio e de televisão estão igualmente ameaçados. O Governo – a pretexto da «crise», como na Grécia – pretende reduzir a Rádio e Televisão de Portugal, SA a uma posição residual no panorama audiovisual, com a inerente desvalorização dos serviços públicos, a quem nem sequer será permitida ter produção própria nem ter acesso a dotações orçamentais estatais a título de indemnização compensatória, o que só poderá ter como consequência a sua asfixia financeira, a liquidação maciça de postos de trabalho e o fim efectivo dos serviços públicos de rádio e de televisão.

As mesmas causas produzem efeitos idênticos em toda a Europa.

A solidariedade é uma exigência que a todos convoca.

Lisboa, 8 de Novembro de 2013

A Direcção

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