SJ repudia agressão a jornalistas portugueses no Iraque

O Sindicato dos Jornalistas condena a agressão e a detenção de jornalistas portugueses no Iraque, e exige ao Governo que obtenha das forças da coligação no terreno a protecção suficiente para os profissionais ali em serviço.

O SJ, em comunicado hoje divulgado, considera que “nada justifica” o assalto à coluna de jornalistas que seguia em direcção a Bassorá, e dá conta das suas diligências junto da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), do INSI-Instituto para a Segurança na Informação e do IPI-Instituto Internacional de Imprensa para “garantir assistência aos jornalistas em perigo”.

O SJ critica ainda o recente comunicado do Ministério da Administração Interna, em que se assume que Portugal não garante a segurança dos jornalistas, e exige ao Governo “que obtenha das forças da coligação no Iraque a protecção suficiente para os jornalistas portugueses ali em serviço”. O SJ insta igualmente o Governo a que se empenhe na busca do jornalista Carlos Raleiras (TSF), cujo paradeiro continua desconhecido, e preste a devida assistência à jornalista Maria João Ruela, ferida no assalto.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

JORNALISTAS PORTUGUESES ASSALTADOS NO IRAQUE

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) manifesta o seu mais veemente repúdio e condena a agressão e a detenção de jornalistas portugueses em serviço no Iraque levada a cabo por um grupo de assaltantes de identidade ainda desconhecida.

Nada justifica o assalto verificado à coluna de jornalistas que seguia em direcção a Bassorá. Os jornalistas dirigiam-se para aquela cidade a fim de poderem realizar a cobertura, não só da presença dos militares da GNR no Iraque, como também da situação em que vivem os próprios iraquianos.

Neste assalto, o jornalista Carlos Raleiras (TSF) foi raptado e encontra-se em paradeiro desconhecido e a jornalista Maria João Ruela (SIC) foi baleada numa perna tendo sido sujeita a uma intervenção cirúrgica e está livre de perigo.

O SJ, assim que tomou conhecimento da situação, desencadeou todos os mecanismos ao seu alcance de forma a garantir assistência aos jornalistas em perigo, através da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), do INSI-Instituto para a Segurança na Informação e do IPI-Instituto Internacional de Imprensa.

O Sindicato louva a coragem e o profissionalismo dos jornalistas portugueses que, apesar de verem muitos dos seus direitos laborais desrespeitados, arriscam a sua vida em cenários de guerra, colocando em primeiro lugar o dever de informar.

O Sindicato dos Jornalistas critica o recente comunicado do Ministério da Administração interna segundo o qual Portugal informou os jornalistas de que não garantia a sua segurança em território iraquiano e exige ao Governo português que obtenha das forças da coligação no Iraque a protecção suficiente para os jornalistas portugueses ali em serviço, que se empenhe na busca do jornalista raptado e preste a devida assistência à jornalista ferida.

Lisboa, 14 de Novembro de 2003

A Direcção

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