SJ rejeita despedimento colectivo na Controlinveste

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudia o despedimento de 160 trabalhadores da Controlinveste, 64 dos quais jornalistas, hoje anunciado pela Administração do Grupo, e reafirma a sua convicção de que os despedimentos e a degradação das condições de trabalho não devem nem podem ser a única solução das administrações para resolver as dificuldades económicas.

Em comunicado divulgado esta tarde, e que a seguir se reproduz, o SJ manifesta a sua solidariedade aos trabalhadores atingidas por esta medida e reafirma a sua determinação em defender os postos de trabalho e garantir a protecção dos direitos e interesses dos jornalistas, pelo que apela à mobilização de todos – abrangidos e não abrangidos – na participação nos plenários a convocar ainda hoje pelos delegados sindicais.

Comunicado

SJ repudia despedimento colectivo na Controlinveste

1. A Direcção do Sindicato dos Jornalistas reuniu-se hoje com a Administração da Controlinveste, que comunicou a decisão de proceder ao despedimento de 160 trabalhadores do Grupo, dos quais 140 através de um processo de despedimento colectivo e 20 de rescisões por mútuo acordo, abrangendo um total de 64 jornalistas, com forte impacto no “Diário de Notícias”, no “Jornal de Notícias”, na Global Imagens e na TSF.

2. Na reunião, a Administração apresentou a justificação da medida, forneceu alguns dados para análise da situação do Grupo e garantiu que tenciona manter todos os órgãos de comunicação social do seu universo e reforçar o posicionamento destas no mercado.

3. O SJ manifestou a sua preocupação com os efeitos da medida, não só sobre os trabalhadores e as suas famílias mas também para a necessária garantia de prestação de serviço ao público na quantidade e com a qualidade que lhe são devidas, pelo que defende que é necessário encontrar alternativas.

4. O SJ considera que os despedimentos e a degradação das condições de trabalho não devem – não podem – ser a única solução das administrações para resolver as dificuldades económicas.

5. O SJ entende que as redacções das várias publicações periódicas e da TSF já estão demasiado exauridas e que um novo “emagrecimento” forçado daqueles colectivos vai necessariamente implicar uma redução do serviço produzido, com reflexos na qualidade das publicações, que pode pôr em causa as suas vendas e a sua viabilidade.

6. Embora não possuindo formalmente os dados individualizados, por redacção, sobre a extensão dos despedimentos, as informações que o SJ recolheu entretanto fundamentam o sério receio de que o DN, o JN e a Global Imagens verão seriamente afectada a sua capacidade operacional, especialmente no território, devido à erosão das suas redacções descentralizadas e filiais. Na TSF, a estrutura da edição em linha será profundamente afectada.

7. Repudiando a medida anunciada, a Direcção do SJ manifesta total solidariedade para com os jornalistas abrangidos, reafirma a sua determinação em defender os postos de trabalho e garantir a protecção dos direitos e interesses dos jornalistas, pelo que apela à mobilização de todos – abrangidos e não abrangidos – na participação nos plenários a convocar ainda hoje pelos delegados sindicais e nas iniciativas que vão seguir-se.

8. Por outro lado, o SJ, que participará activamente no processo de informações e negociações que se seguirão, vai realizar reuniões colectivas com os sócios abrangidos, destinadas à informação e esclarecimentos sobre os procedimentos e prazos a observar.

9. A propósito, o SJ recorda que, durante a fase de informações e negociações que se segue, bem como até à recepção das cartas finais de decisão das empresas, os jornalistas e outros trabalhadores abrangidos têm direito a comparecer ao trabalho e a exigir que lhes sejam atribuídas tarefas. O SJ apela a todos os camaradas para que o façam, como forma activa de resistirem ao despedimento e defenderem os seus postos de trabalho.

Lisboa, 11 de Junho de 2014
A Direcção

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