SJ recebe apoio do Presidente para programa de literacia mediática

Direção manifesta preocupações com o estado da comunicação social em Portugal e pede intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, denunciando condicionalismos que afetam a liberdade de imprensa e o papel dos jornalistas.

A Direção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) reuniu-se hoje com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém. Na ocasião, o SJ recebeu o seu “alto patrocínio” para as iniciativas públicas sobre literacia mediática que o Sindicato, em conjunto com outras entidades, tenciona promover a partir do próximo ano letivo e aos esforços futuros em defesa da inclusão dos jornais no Plano Nacional de Leitura.

Na reunião com o chefe de Estado, o Sindicato aproveitou para transmitir as principais preocupações face à situação na comunicação social (ver texto em anexo). Assim, uma vez que o jornalismo vive um momento particularmente difícil em Portugal e as condições em que se exerce hoje comprometem o direito constitucional à informação, indispensável ao exercício pleno da cidadania, o SJ apelou aos bons ofícios do Presidente no sentido da defesa intransigente da liberdade de imprensa como um pilar fundamental da democracia e da informação como um bem público, independentemente de quem a presta, públicos ou privados.

Promoção da dignidade no trabalho, valorização de uma cultura de responsabilização empresarial, debate sobre o acesso à profissão, credibilização da regulação e defesa da verdade e da mediação do jornalismo para a tomada de decisões conscientes e informadas foram outros dos aspetos focados na audiência com o chefe de Estado.

O SJ considera que “a liberdade de imprensa está condicionada” por vários fatores, entre os quais o desemprego e a precariedade, a excessiva concentração do setor, que prejudica a diversidade e o pluralismo da informação, e a ausência de memória nas redações, resultante do afastamento de jornalistas mais experientes, substituídos por profissionais mais jovens, muitas vezes em condições de trabalho indignas e sem qualquer proteção laboral.

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