SJ questiona grupo Cofina sobre eventuais cortes de pessoal

Sindicato reuniu-se com administração e conversou com trabalhadores dos vários órgãos de informação

Confrontado com informações de que a Cofina poderia avançar para rescisões com jornalistas em vários órgãos de informação, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) pediu uma reunião à administração do grupo, por quem foi recebido na quarta-feira.

Em representação da administração, Luís Santana garantiu, sem reservas, que não está em marcha qualquer corte de pessoal na Cofina, reforçando que o grupo nunca procedeu a um despedimento colectivo e essa é prática que nenhum dos administradores tem em mente promover, pelo menos nesta fase.

Garantindo que o que tem vindo a público são apenas rumores, Luís Santana admitiu, no entanto, que haverá algumas rescisões “de comum acordo”, casos pontuais, fruto de negociações com profissionais que entenderam que a saída seria o melhor desfecho por não estarem na disposição de cumprir algumas exigências que a empresa considera imprescindíveis.

Alda Delgado, responsável pelo departamento de recursos humanos da Cofina, reiterou que a administração tem sempre procurado evitar despedimentos, destacando que em todo o grupo, incluindo na CMTV, é respeitado o Contrato Colectivo de Trabalho.

À pergunta sobre os efeitos nefastos das rescisões na qualidade dos órgãos de informação da Cofina, Alda Delgado refutou essa ideia, contra-argumentando que é o único grupo de comunicação em Portugal que desde 2012 tem aumentado o número de trabalhadores – segundo a responsável, tem agora mais 76 jornalistas do que naquela altura.

No final da reunião, o SJ conversou com alguns jornalistas dos vários orgaos da Cofina para lhes dar conta da informação prestada pela administração, bem como das garantias que recebeu durante o encontro.

Entre essas conversas, Rui Hortelão, director da revista Sábado, admitiu que no plano de reestruturação da publicação que dirige está prevista a rescisão com alguns jornalistas, não mais do que dois jornalistas.

O SJ apela aos jornalistas do grupo Cofina que criem órgãos representativos dos trabalhadores, para defenderem colectivamente os seus direitos, e estejam presentes no IV Congresso dos Jornalistas Portugueses, para assim participarem na discussão sobre o estado do jornalismo e os caminhos a seguir no futuro.

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