O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acolheu com profunda incredulidade a comunicação pública da Administração do Grupo Trust in News (TIN) em resposta ao comunicado dos trabalhadores que decidiram em plenário tudo fazer para salvaguardar os seus postos de trabalho e os 17 títulos, alguns históricos, e de grande relevância no jornalismo português onde trabalham.
O SJ entende que a disponibilidade e vontade de “não baixar os braços” e ir à luta pela continuação das publicações do grupo demonstrada pelos profissionais não se compadece com os termos revanchistas usados no comunicado da Administração.
O SJ apoia sem restrições o direito dos trabalhadores de questionarem as opções de gestão tomadas ao longo dos anos e que levaram à difícil situação financeira do grupo e rejeita liminarmente que seja sugerida responsabilidade aos trabalhadores pelo declínio das vendas das várias publicações.
O SJ entende com toda a claridade que é às equipas de gestão do grupo que cabem as estratégias para manter a viabilidade financeira dos títulos. Aos jornalistas e aos outros trabalhadores cabe criar as condições para que as publicações produzam o bom e relevante jornalismo que os vários títulos habituaram os leitores durante décadas.
O SJ lembra os milhares de assinantes que a revista VISÃO agregou ao longo de décadas e que terão sido desbaratados não pelos jornalistas que produziam a revista mas por quem, com responsabilidades de gestão, deixou acumular a dívida aos CTT.
O SJ tem conhecimento que há no grupo publicações feitas por um ou dois jornalistas, num esforço enorme destes profissionais para as manter à tona. O SJ também sabe que muitos dos jornalistas estão dispostos a continuar a trabalhar na expetativa que surjam investidores que queiram viabilizar os ativos do grupo.
O SJ lamenta que a Administração do grupo TIN veja como “ultimatos” as legítimas preocupações e esforços dos trabalhadores para que os títulos se mantenham ativos no mercado e assim se protejam postos de trabalho e a manutenção das publicações sem as quais Portugal será um país menos plural, com menos investigação jornalística, mais empobrecido de notícias, de ideias e de conhecimento.
Aos trabalhadores do grupo, o SJ expressa toda a solidariedade e apoio na luta que estão a empreender. Aos jornalistas, em particular, o SJ lembra que já apresentou este caso ao Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e disponibiliza todo o apoio jurídico – ou outro – que venha ser necessário.