O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera positiva a participação dos jornalistas na Greve Geral, e saúda a classe e todos os trabalhadores pela jornada de luta hoje realizada em unidade.

Em comunicado, que a seguir se transcreve na íntegra, o SJ lembra as conhecidas dificuldades no empenhamento da classe, como de outros profissionais do sector, no qual “campeia o receio de novos despedimentos (recorde-se que nos últimos anos foram despedidos centenas de jornalistas) e a precariedade nas suas várias formas”.

Sem prejuízo de uma análise mais profunda, o SJ destaca a adesão à greve registada na Agência Lusa e na RTP,SA, bem como a adesão de largas dezenas de jornalistas nos restantes órgãos de informação de âmbito nacional, a qual, “não tendo inviabilizado as emissões de rádio e de televisão nem a edição de publicações periódicas, afectou a respectiva produção”.

COMUNICADO

SJ SAÚDA GREVE GERAL

1. A Direcção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) saúda todos os jornalistas e todos os trabalhadores pela jornada de luta em unidade realizada hoje sob a forma de Greve Geral, traduzida em impressionantes resultados em inúmeras empresas nos mais diversificados sectores e com expressão também muito significativa no sector da Comunicação Social.

2. Embora não disponha ainda de dados suficientes sobre a real extensão da adesão dos jornalistas em todo o país, o SJ faz desde já uma avaliação positiva da participação da classe, apesar das conhecidas dificuldades no empenhamento destes e de outros profissionais do sector, no qual campeia o receio de novos despedimentos (recorde-se que nos últimos anos foram despedidos centenas de jornalistas) e a precariedade nas suas várias formas.

3. Foi nesse contexto, aliás, que em várias redacções foram detectadas pressões e manobras de intimidação sobre jornalistas, cerceando a sua liberdade e atacando os seus direitos.

4. Não obstante, a análise possível nesta altura indica claramente uma adesão dos jornalistas muito significativa na Agência Lusa, que se estima superior a 70%, e em cuja sede se realizou uma importante concentração de trabalhadores demonstrando publicamente o seu repúdio pelas medidas de que estão a ser alvo e em solidariedade para com todos os trabalhadores.

5. O SJ saúda também a importante participação dos jornalistas e de outros trabalhadores na Rádio e Televisão de Portugal, cujos serviços de rádio e de televisão foram afectados com a adesão de profissionais dos vários serviços, superior a 60% na área informativa da RTP-Porto e superior a 70% na informação e meios técnico-operacionais em Lisboa.

6. Mesmo com o recurso a profissionais externos, é manifesto que foram prejudicados nomeadamente os programas “Bom Dia Portugal”, “Praça da Alegria”, “Jornal da Tarde” e “Portugal Directo”. Destaca-se ainda o facto de a emissão regional da RDP-Açores ter sido preenchida, à tarde, por programação nacional.

7. Em relação aos restantes órgãos de informação de âmbito nacional, o SJ assinala a adesão de largas dezenas de jornalistas, a qual, não tendo inviabilizado as emissões de rádio e de televisão nem a edição de publicações periódicas, afectou a respectiva produção.

8. As participações registadas e especialmente a convicção recolhida pelo SJ em muitas redacções de que, embora solidários com a luta, muitos jornalistas não tiveram as condições adequadas para aderirem com maior força e expressão ainda mais significativa animam a Direcção do Sindicato a prosseguir a luta na defesa dos direitos dos jornalistas e a aprofundar a sua participação solidária com os restantes trabalhadores.

9. A Direcção do SJ sublinha aliás que a jornada de luta hoje realizada não representa um fim em si mesma, pois constituiu apenas uma etapa – e uma etapa de extraordinário significado – de uma luta muito mais prolongada para a qual é necessário reunir ainda mais forças e garantir ainda maior resistência, pois é necessário continuar a enfrentar a ofensiva do Governo e das empresas contra os direitos dos trabalhadores.

Viva a Greve Geral!

Lisboa, 24 de Novembro de 2010

A Direcção