SJ estranha contornos do despedimento coletivo no Novo

A empresa Lapa News SA, proprietária do Novo Semanário, iniciou o processo de despedimento coletivo de quatro jornalistas para fazer face ao que diz serem dificuldades financeiras.

Numa primeira fase, os empregadores entenderam que a solução seria um processo de extinção do posto de trabalho, mas a intenção foi travada pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), a pedido dos/as trabalhadores/as e por recomendação do Sindicato dos Jornalistas (SJ).

A empresa foi, nessa altura, notificada para a obrigatoriedade de respeitar a lei. Se desejasse avançar com o processo, deveria fazê-lo através de um despedimento coletivo, a única forma de respeitar os procedimentos legais. A empresa avançou então com um despedimento coletivo que abrange quatro pessoas, todas elas jornalistas.

O SJ estranha esta opção, considerando que as dificuldades financeiras de um órgão de comunicação social (OCS) não se resolvem com o despedimento de quatro pessoas. Por outro lado, o SJ recorda que o Novo, quando surgiu, anunciou ao país que teria financiamento para pelo menos três anos, sem sobressaltos e com máxima estabilidade para os e as jornalistas.

Por isso, o SJ não entende que poucos meses depois desta mensagem seja imposta esta medida que não pode deixar de ser considerada perturbadora, tanto mais que o semanário em causa até procedeu a algumas contratações nos últimos tempos.

O Sindicato dos Jornalistas, mais do que manifestar solidariedade aos e às jornalistas afetados/as por este processo nada claro, quer alertar para o “fenómeno” que vai surgindo na comunicação social de empresas que à primeira dificuldade entendem que, para resolver ou contornar a crise, devem dispensar os/as profissionais que são a sustentação de qualquer OCS.

O SJ estranha ainda que não haja uma única pessoa da administração identificada (e responsabilizada) por uma gestão que, percebe-se agora, se não foi danosa, foi pelo menos desastrosa. O SJ lamenta que sejam sempre os e as jornalistas a pagar pela crise ou por eventuais erros de gestão dos OCS.

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