SJ denuncia condições de trabalho de jornalistas no Tribunal de Monsanto

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) escreveu hoje à presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, juíza desembargadora Amélia Catarino, para dar eco de uma queixa apresentada por vários jornalistas sobre as condições de trabalho no Tribunal de Monsanto.

No email que enviou hoje, com conhecimento do Ministério da Justiça, o SJ chama a atenção para as péssimas condições de trabalho com que os jornalistas se estão a ver confrontados durante a cobertura do processo de Tancos, transferido para o Tribunal de Monsanto.

O SJ recebeu queixas relacionadas com a inexistência de uma sala de trabalho apropriada, apetrechada com mesas e cadeiras pelo menos, e que se situe próxima do local onde decorrem as audiências e de uma casa de banho de fácil acesso, o que não acontece agora.

Os queixosos – jornalistas de 10 órgãos de informação – informaram o SJ de que estão a trabalhar numa paragem de autocarro (ver foto), ao relento, e sem fichas para carregar computador ou telemóvel, instrumentos essenciais para desempenharem o seu trabalho, crucial para assegurar o direito à informação de todos os cidadãos, previsto na Constituição da República Portuguesa.

O SJ recorda ainda que, em maio de 2017, após queixas semelhantes, se reuniu com o Conselho Superior de Magistratura e com a ministra da Justiça e que ambos se comprometeram a disponibilizar espaços condignos aos jornalistas em serviço.
Antes dessa reunião, o Conselho Deontológico do SJ emitiu um comunicado em que considerava que a justiça portuguesa não garantia condições para que os jornalistas possam desenvolver o seu trabalho e a sua função social de informar, quando acompanham investigações judiciais ou julgamentos. E criticava o facto de os jornalistas serem sistemática e permanentemente obrigados a permanecer na rua e a interrogar arguidos e testemunhas no exterior dos espaços da justiça. O Deontológico defendeu ainda a necessidade de os responsáveis da justiça respeitarem e dignificarem o trabalho e a função social dos jornalistas, bem como as condições que devem assistir aos arguidos e testemunhas no caso de quererem falar com a comunicação social.

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