SJ denuncia atitude inaceitável da Liga de Futebol para com os jornalistas

«Ordens superiores» – segundo um funcionário – levaram a que cerca de duas dezenas de jornalistas fossem ’empurrados’ para fora do perímetro da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, numa rua em obras, e tivessem de aguardar, ao sol, durante mais de duas horas, o fim de uma reunião da Liga com autarcas do Grande Porto. Uma atitude inaceitável, que o Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudia e não pode deixar de denunciar junto das autoridades competentes das áreas do desporto e da comunicação social.

Os jornalistas foram impedidos de entrar na sede da Liga para fazerem a cobertura da reunião que analisava a possibilidade de alterar o jogo de futebol na noite de S. João. O relato, em direto, do jornalista da RTP destacado para o local foi bastante claro sobre a falta de condições de trabalho e o desrespeito pelos jornalistas.

O SJ não pode tolerar esta atitude e, por isso, questiona publicamente a direção da Liga, lembrando que não existe justificação para impedir os jornalistas de efetuar o seu trabalho em condições dignas.

O SJ vê nesta atitude uma reação revanchista às queixas que tem feito, em nome de todos os jornalistas, face às restrições de acesso impostas aos jornalistas na retoma do campeonato de futebol português.

O SJ dirige-se diretamente ao presidente da Liga, Pedro Proença, para assegurar que não será este comportamento persecutório que impedirá a luta pelo direito dos jornalistas a serem tratados com dignidade no exercício das suas funções.

O SJ nunca teve medo de denunciar qualquer atropelo à liberdade de imprensa e não será agora que vai ter – e o futebol não é um mundo à parte.

O SJ denunciará esta atitude junto das mais altas instâncias, que, ainda recentemente, se uniram na celebração da escolha de Portugal para a realização da ‘Final 8’ da Liga dos Campeões. A Liga está a revelar um lado bem mais negro, que urge alterar.

Em democracia não são toleráveis atitudes destas, muito menos quando o interlocutor é o poder político. Os autarcas presentes na reunião com a Liga têm igualmente responsabilidades, desde logo perante os seus eleitores, e é necessário que se demarquem do que aconteceu.

Da mesma forma, o SJ vem reiterar o apelo já dirigido às Direções dos órgãos de informação para que denunciem este tipo de atitudes – por parte da Liga ou de qualquer outra instituição – e tomem posição pública contra as mesmas.

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