SJ contesta publicidade nos coletes para jornalistas distribuídos por Liga de Futebol

Entidades patronais, direcções de informação e jornalistas devem recusar novas regras, caso contrário incorrem em incumprimento deontológico.

O Sindicato dos Jornalistas contesta a inclusão de publicidade nos novos coletes para jornalistas distribuídos pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que considera violarem o Código Deontológico.
Os coletes em causa, destinados sobretudo a fotojornalistas, repórteres de imagem e repórteres de pista das rádios, são impostos pela Liga de Futebol a órgãos de comunicação social e jornalistas freelancer como requisito para o acesso aos eventos desportivos que organiza.
Com o início do campeonato nacional de futebol agendado para esta sexta-feira, o SJ realça que a imposição a jornalistas de coletes contendo publicidade é uma prática claramente violadora do Estatuto do Jornalista, incorrendo os profissionais que os utilizem em incumprimento deontológico, o que pode, inclusive, levar ao impedimento de exercício profissional.
De acordo com o artigo 3.º da Lei 1/99, de 13 de Janeiro, os jornalistas estão impedidos de realizar qualquer acto publicitário ou promocional, sob pena de perderem o respectivo título profissional.
Nesse sentido, o SJ insta as entidades patronais, as direcções de informação e os jornalistas freelancer a recusarem vestir os referidos coletes com publicidade.
O SJ considera ainda que a Liga deve explicitar os critérios de atribuição de coletes, dado que estes restringem o acesso a quem os utiliza. As regras de credenciação de jornalistas são legítimas, mas a sua aplicação não pode fazer discriminações entre profissionais que têm o dever e o direito de informar.
Há duas semanas, o SJ pediu uma reunião urgente com a Liga, mas, até agora, não obteve resposta. Já em 2006, o SJ contestou a utilização de publicidade nos coletes da Liga de Futebol, que, nessa altura, teve o bom senso de a retirar.
O SJ comunicou esta posição às tutelas da comunicação social e do desporto, apelando a que intercedam para ultrapassar uma situação que prevê venha a ter consequências graves no futuro.

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