SJ apela à participação dos jornalistas na manifestação de dia 29 (actualizada)

O SJ apela aos jornalistas para que participem na manifestação de sábado, em Lisboa, juntando a sua voz e o seu protesto à luta geral para inverter a marcha da austeridade que compromete o futuro. O ponto de encontro da comunicação social é na Praça dos Restauradores, junto ao Éden, às 14h

Recorda-se que o SJ, em comunicado divulgado no dia 24, afirmou identificar-se com os grandes objectivos das lutas do Movimento Sindical “contra o dramático agravamento das condições de trabalho e de vida de centenas de milhares de pessoas”, em que se incluem também os jornalistas. O documento sublinha que a manifestação de dia 29 é “uma oportunidade de convergência dos trabalhadores e dos seus sindicatos, reforçando a unidade em torno de objectivos fundamentais, como acontece com os trabalhadores da RTP, que decidiram – por proposta dos seus sindicatos, de filiações em centrais distintas e independentes – participar em todas as acções de luta a organizar pelas centrais sindicais”.

Apelo aos jornalistas

1. O Sindicato dos Jornalistas, embora sendo uma organização sindical independente, não se coloca à margem do Movimento Sindical na luta contra o dramático agravamento das condições de trabalho e de vida de centenas de milhares de pessoas. Muito menos pode ignorar as manifestações de profunda inquietação e de revolta que grassam em toda a sociedade portuguesa – com viva expressão nas ruas e com pungentes gritos de alerta de pessoas e organizações das mais variadas formações e opções que lidam com a pobreza e a exclusão social que assolam o país.

2. O SJ partilha, no fundamental, dos grandes objectivos das lutas do Movimento Sindical contra:
– as gravíssimas alterações ao Código do trabalho recentemente publicadas;
– as alterações da Taxa Social Única (TSU) paga pelos trabalhadores, quaisquer que sejam as «modelações» que o Governo venha a apresentar;
– quaisquer formas de agravar o esforço contributivo e de diminuir os rendimentos dos trabalhadores, reformados e pensionistas;
– a redução da TSU paga pelas empresas;
– o roubo dos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores da Administração Pública, das empresas do Sector Empresarial do Estado (RTP e Lusa incluídas) e dos reformados;
– o roubo de um desses subsídios (ou mesmo de ambos) aos trabalhadores do sector privado;
– a redução de escalões do IRS que se traduzirá em mais um aumento de impostos sobre o trabalho e as reformas;
– a privatização de empresas estratégicas do sector público (RTP e Lusa incluídas);
– a degradação acelerada dos serviços públicos, em particular nas escolas;
– e, em geral, as medidas de austeridade que destroem a economia nacional, aceleram a espiral de recessão, agravam e prolongam o desemprego, empobrecem largas dezenas de milhares de famílias, fazem alastrar a exclusão e a miséria.

3. Esta política tem vindo a conduzir a um aumento do desemprego que afecta também muitos jornalistas e suas famílias. E o Governo prepara-se para avançar com novas medidas de empobrecimento dos trabalhadores, reformados e pensionistas, que afectarão todos os jornalistas – no activo e reformados – enquanto os rendimentos do capital são praticamente imunes à austeridade que o Governo impõe.

4. No próximo sábado, dia 29 de Setembro, realiza-se em Lisboa uma manifestação nacional, convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), destinada a renovar os protestos dos trabalhadores e a afirmar a sua disposição para lutar por melhores condições de trabalho e de vida, pelo relançamento da economia e do emprego, por melhores salários e trabalho com direitos, por melhores serviços públicos. Trata-se de uma oportunidade de convergência dos trabalhadores e dos seus sindicatos, reforçando a unidade em torno de objectivos fundamentais, como acontece com os trabalhadores da RTP, que decidiram – por proposta dos seus sindicatos, de filiações em centrais distintas e independentes – participar em todas as acções de luta a organizar pelas centrais sindicais.

5. Nestes termos, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas decidiu apelar aos jornalistas para que participem activamente na manifestação de 29 de Setembro, juntando a sua voz e o seu protesto à luta dos trabalhadores de outros sectores e contribuindo para reafirmar a urgência de uma política alternativa que inverta a marcha da austeridade que os brutaliza e compromete o futuro.

Lisboa, 24 de Setembro de 2012
A Direcção

Partilhe