SJ acusa administração da RTP de faltar à verdade

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acusa a administração do Grupo RTP de tentar intimidar e enganar os trabalhadores numa tentativa desesperada para os desmotivar em relação à jornada de luta que se iniciaamanhã, dia 18.

O SJ, reagindo a um comunicado e uma informação da administração da Rádio e Televisão de Portugal divulgados hoje, 17 de Abril, manifesta a sua indignação face às tentativas de dividir os sindicatos e os trabalhadores, para o que não hesita em recorrer a “falsidades”. Semelhante comportamento, embora revelador do “desespero da administração”, é inaceitável, afirma o SJ, que apela uma vez mais aos trabalhadores para que respondam com a adesão à greve à “teimosia da administração em recusar a negociação”.

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

Administração da RTP falta à verdade

1. O Sindicato dos Jornalistas acaba de ser surpreendido com um comunicado e uma informação da Administração da Rádio e Televisão de Portugal cujos objectivos são a desmobilização dos trabalhadores e o descrédito dos sindicatos – e em particular do SJ.

2. Na informação, a Empresa, procurando intimidar os trabalhadores, afirma que só podem participar na greve convocada para amanhã, terça e quarta-feira os trabalhadores que se encontrem filiados nos três sindicatos que a convocam – SJ, STT e SINTTAV.

3. O SJ reafirma, porém, que o direito à greve é um direito fundamental de cada trabalhador, que não pode ficar dependente da filiação sindical, pelo que os trabalhadores não sindicalizados têm toda a legitimidade para aderirem às paralisações decretadas pelos sindicatos representativos da sua profissão, lamentando que a Empresa se imiscua num assunto que só aos trabalhadores diz respeito.

4. O conteúdo do comunicado difundido já esta noite pelo CA é porém mais grave, contendo falsidades que só por manifesto desespero da Administração se compreende, mas que não pode aceitar-se.

5. A Administração falta à verdade quando afirma que o SJ tentou negociar dois temas pendentes usando como pretexto uma reunião pedida exclusivamente para recolher esclarecimentos sobre um conjunto de documentos pela Empresa na passada segunda-feira.

6. De facto, tendo obtido os esclarecimentos que pretendia, e numa atitude de permanente disponibilidade para o diálogo, o que o SJ inquiriu a Administração sobre a sua disponibilidade para rever a respectiva posição.

7. Na eventualidade de a Administração mostrar abertura para retomar as negociações com possibilidades reais de avanço, designadamente em relação àquelas matérias, o SJ estaria sim em condições de propor ao CA e aos restantes sindicatos o regresso de todos à mesa.

8. O CA afirmou categoricamente que não negociava perante a existência de um pré-aviso de greve, resposta esta que não deixou alternativa ao SJ.

9. Quanto às referências do CA à decisão de manter a greve, transmitida ontem pelos três sindicatos, o SJ repudia a clara tentativa de dividir os trabalhadores em luta e os seus sindicatos e reafirma o carácter unitário da posição expressa no mesmo comunicado.

10. O SJ está absolutamente convicto de que os três sindicatos estão a cumprir fielmente o mandato que lhes foi conferido pelos trabalhadores, os quais saberão responder à teimosia da Administração em recusar a negociação.

Lisboa, 17 de Abril de 2005

A Direcção

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